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Dilma e Marco Aurélio Mello soltam fumaça contra Moro

Ministro resmunga contra "ditadura" da Lava Jato, mas votou pelo golpe para salvar petista

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 30 jul 2020, 23h21 - Publicado em 7 mar 2016, 16h22

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Sem conseguir explicar os possíveis crimes de Lula, o PT ataca a imprensa, a condução coercitiva do petista, o juiz federal Sérgio Moro, a Lava Jato; e tenta intimidar o povo nas ruas com ameaças de guerra civil.

Tudo “cortina de fumaça”, como bem sentenciaram os procuradores do Ministério Público Federal sobre a parte que lhes toca.

Dilma Rousseff e o ministro do STF Marco Aurélio Mello soltam a mesma fumaça contra Moro em função do mandado contra Lula, depois de silenciarem diante dos outros 116 mandados de condução coercitiva expedidos na Lava Jato.

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Dilma afeta indignação, dizendo não fazer “o menor sentido” que Lula tenha sido conduzido “sob vara” para depor, mas o que não faz “o menor sentido” é usar dinheiro público para ir a São Paulo prestar solidariedade ao petista no dia seguinte ao seu depoimento, especialmente tendo demorado 7 dias para sobrevoar as áreas da tragédia de Mariana.

(A menos, claro, que se considere Lula uma tragédia maior.)

Já Marco Aurélio afeta espírito democrático, dizendo que “a pior ditadura é a do Judiciário”.

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Esta declaração virou até título de reportagem do Valor, mas, na verdade, não é de autoria do ministro, e, sim, de Ruy Barbosa (1849-1923), autor da Constituição de 1891, da Primeira República.

Curiosamente, como mostrei aqui, a citação com o devido crédito consta nos embargos de declaração ingressados pela Câmara dos Deputados no STF contra a decisão sobre o rito de impeachment.

O mesmo Marco Aurélio que hoje reclama da ditadura do Judiciário seguiu o voto de Luís Roberto “Minha Posição” Barroso no supremo golpe que salvou Dilma.

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Marco Aurélio votou contra a votação secreta, contra a chapa avulsa e a favor do poder do Senado de barrar o processo.

Admitiu a premissa de que a Corte deveria seguir o rito adotado no caso Collor, mas ignorou o fato de que em 1992 a votação secreta estava prevista caso houvesse a chapa avulsa, como demonstram os autos das sessões da Câmara em que o assunto foi discutido na ocasião.

O voto de Marco Aurélio agradou a mesma Dilma que o agradara em março de 2014, nomeando a filha dele, Letícia Mello, de apenas 37 de anos, para o cargo de desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que abrange o Rio de Janeiro e o Espírito Santo.

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Filma mello

Não são de hoje, portanto, as dobradinhas de Dilma e Marco Aurélio – esta dupla cujos discursos não correspondem às suas práticas individuais.

Se o ministro acha mesmo que “a pior ditadura é a do Judiciário” (porque, segundo Ruy Barbosa, “contra ela, não há a quem recorrer), o mínimo que pode fazer é pressionar Barroso para desfazer o golpe, uma vez que o STF finalmente publicou o acórdão da decisão e acabaram as desculpas para não analisar os embargos.

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A fumaça contra Moro continuará sendo fumaça, mas Marco Aurélio demonstraria ao menos meia dignidade.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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