Dilma coloca o povo atrás das grades. “É uma vergonha a presidente se esconder da população”
Dilma Rousseff sabia de tudo do petrolão, segundo o doleiro Alberto Youssef, mas quem fica atrás das grades é o povo brasileiro, ainda que fantasiado de Lula e Dilma, como na foto. A presidente já não pode sair às ruas sem um forte esquema anti-vaias e anti-protestos (que os jornais insistem em chamar de “esquema de segurança”), comandado […]
Dilma Rousseff sabia de tudo do petrolão, segundo o doleiro Alberto Youssef, mas quem fica atrás das grades é o povo brasileiro, ainda que fantasiado de Lula e Dilma, como na foto.
A presidente já não pode sair às ruas sem um forte esquema anti-vaias e anti-protestos (que os jornais insistem em chamar de “esquema de segurança”), comandado pelo Palácio do Planalto em parceria com as prefeituras petistas.
O cercadinho da Dilma para um evento no Paço Municipal de Goiânia na tarde desta quinta-feira é emblemático. Em um raio de dois quilômetros do local, segundo O Globo, foram montados os chamados “postos de triagem do público”, pelo quais só passa a companheirada vermelha.
O Estadão flagrou ônibus da prefeitura transportando funcionários e militantes do PT para o local do evento, enquanto agentes da guarda civil metropolitana tentaram conter o avanço de manifestantes anti-Dilma.
Como mais de 60 mil foram às ruas na cidade no ato de 15 de março, efetivos da Guarda Civil Metropolitana, da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal ergueram:
– uma barreira com grades;
– depois um tapume de placas de ferro;
– e novamente cerca de grades.
Apesar das barreiras, da chuva e do horário do evento, durante o expediente, pelo menos dezenas levaram faixas de “Fora Dilma”, “Fora PT”, “Impeachment Já”; bateram panelas; e cantaram “Dilma, vá embora que o Brasil não quer você / leve o Lula junto e os vagabundos do PT”, paródia de “Para não dizer que não falei das flores”, de Geraldo Vandré, hino contra a ditadura militar.
“É uma vergonha a presidente se esconder da população”, disse um empresário ao Estadão. “Temos um governo que não pode se aproximar do povo tamanha a rejeição nas ruas depois do estelionato eleitoral”, declarou um economista.
Classe C, pobres e nordestinos contra Dilma
Mais cedo, a coluna Radar tinha revelado o resultado catastrófico, para o governo, de pesquisas qualitativas em São Paulo e no Rio de Janeiro com brasileiros da classe C, justamente a classe símbolo da suposta emergência social dos governos petistas:
“Nenhum dos entrevistados foi às manifestações de domingo. Mas 100% deles se disseram representados pelos que foram. As críticas centram-se, sobretudo, em dois pontos: carestia e corrupção.”
Pois é. Todos estão aprisionados junto ao povo goiano. Por isso eu sugiro, baseado também no Datafolha, uma nova versão da paródia de Vandré:
“Dilma, vá embora que até a classe C, / os pobres e o Nordeste já não querem mais você.”
Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil
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