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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Detonar é preciso – Mainardi 2002, Shapiro 2013, Horowitz 2014

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 03h03 - Publicado em 18 set 2014, 15h40

É verdade que o terrorismo eleitoral do PT contra Marina Silva não surtiu o efeito esperado na mais recente pesquisa do Ibope – ou pelo menos não em favor de Dilma, já que Aécio subiu 4 pontos. Mas a suspeita de que o PT possa ter exagerado dessa vez, até mesmo para os seus padrões, não muda o fato – tantas vezes lembrado neste blog – de que detonar adversários é fundamental em qualquer campanha; e que o PSDB virou saco de pancada do PT justamente por não saber reagir à altura de seus ataques, dificuldade que Marina também tem enfrentado.

Nos EUA, não é diferente: os republicanos são lentos e frouxos para lidar com os democratas, como ficou claro na reeleição de Obama – e eu já mostrei o famoso vídeo de Ben Shapiro a esse respeito aqui. Agora meu compadre – e, como eu, autor contratado pela Editora Record – Alexandre Borges postou no Facebook a tradução do trecho de uma palestra do incontornável David Horowitz em seu Freedom Center sobre a troca de acusações durante uma campanha eleitoral. Mas para o panorama ficar mais completo, incluo abaixo, primeiro, um trecho de Diogo Mainardi de 12 anos atrás, depois do qual seguem os de Horowitz e Shapiro sobre o assunto.

Que a dita “oposição” aprenda antes que seja extinta.

Diogo Mainardi, 2002:

“O resultado dessa hegemonia do PT é que ninguém tem coragem de atacar Lula. A imprensa chapa-branca criou-lhe inclusive um escudo de força, decretando preventivamente que quem o atacasse perderia votos. E pediu uma campanha de ‘alto nível’. Ou seja, sem ofensas pessoais. O que adianta ter uma campanha de alto nível se os candidatos continuam de baixo nível? Eu acharia muito melhor se a campanha degenerasse numa pancadaria violenta. Como nos Estados Unidos, onde a imprensa foi atrás de notícias sobre a vida sexual de Clinton ou sobre as bebedeiras de Bush. O que teria sido mais útil para os eleitores brasileiros em 1960: debater as idéias de Jânio Quadros ou saber quantas doses de uísque ele tomava por dia? Lula disse que gosta de uma cachacinha. Pois eu quero saber quanto ele bebe. E quanto bebe o Serra. Chega de exaltar hipocritamente o debate de idéias. Onde já se viu um político brasileiro dotado de idéias? Vamos deixá-las para quem as tem. Nosso negócio é vida particular. Inclusive porque os únicos grandes movimentos da política nacional só ocorreram quando entrou em jogo a esfera privada, como demonstram os casos do irmão de Collor, da ex-mulher de Pitta ou do marido de Roseana Sarney. Queremos jogo sujo e golpes baixos. Queremos uma sórdida campanha difamatória, que rompa essa lei do silêncio, essa ‘omertà’, em que um candidato poupa o outro. Por que só eu devo ser insultado?”

[Artigo original – aqui.]

David Horowitz, 2014:

“Mike Tyson disse uma vez: todo mundo tem um plano até você acertar um soco na cara dele. Democratas tem socos na cara de sobra guardados para os republicanos. Toda eleição democratas estão acusando republicanos de racistas, sexistas, homofóbicos, inimigos dos pobres, egoístas e indiferentes ao próximo. É uma acusação moral, que almeja expulsar o acusado da política, afinal quem pode se defender de uma acusação que é quase impossível de ser refutada no meio de um debate político, quando você tem apenas poucos segundos para responder?

E qual é o soco da cara que republicanos têm guardado para os democratas? Nenhum, já que republicanos estão focados em contar ‘histórias positivas’ e eles até são bons nisso. Não sou contra histórias positivas e toda convenção republicana [de 2012] foi sobre histórias positivas de pessoas que vieram para os EUA e venceram, pessoas que nasceram pobres no país e tiveram sucesso e etc. Todos os consultores políticos dos republicanos, até o presidente da Heritage Foundation, disseram que o foco deveria ser histórias positivas.

Bom, se alguém está gastando 200 milhões de dólares para retratar seu candidato [Mitt Romney] como um predador corporativo, que deixa a esposa do ex-funcionário morrer de câncer porque você cortou o plano de saúde ou que trata cruelmente o próprio cachorro, os eleitores não vão ouvir suas histórias positivas ou não vão se importar com elas!

Se alguém acha que você é racista, ele não vai ouvir suas propostas políticas! E isso deveria ser óbvio. O que republicanos deveriam fazer? Qual deveria ser o soco na cara dos republicanos? Você tem que responder fogo com fogo! Parem de se defender, ataquem antes de serem atacados. Isso é o básico!

Política é uma briga de rua. Republicanos foram criados em ambientes polidos demais e têm aversão à briga de rua, preferem lutar pelas regras do Marquês de Queensberry [que inspiraram as regras do boxe profissional], adorariam que a política fosse uma discussão de propostas, mas não é! É um debate sobre se você maltratou seu cachorro ou não, essa é a realidade, e é assim desde o início dos tempos.”

[Palestra completa – aqui.]

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Ben Shapiro, 2013:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=fkSy7IqrPxk?feature=oembed&w=500&h=281%5D

Livros recomendados:
– O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, de Olavo de Carvalho, com introdução, organização e notas de Felipe Moura Brasil;
Como vencer um debate sem precisar ter razão, de Artur Schopenhauer, com tradução, prefácio e notas de Olavo de Carvalho;
A tapas e pontapés, de Diogo Mainardi;
How to talk to a liberal (if you must), de Ann Coulter;
Bullies: How the Left’s Culture of Fear and Intimidation Silences Americans, de Ben Shapiro;
Take No Prisoners: The Battle Plan for Defeating the Left, de David Horowitz.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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