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Campanha embusteira! Marcelo Freixo confessa delitos que… NÃO rendem punição com redução da idade penal

Foi um argumento a favor, deputado?

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 00h30 - Publicado em 12 set 2015, 19h07

“Desafiado” pelo deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) publicou no Facebook sua contribuição em vídeo à nova campanha contra a redução da maioridade penal chamada “Eu confesso”, na qual, segundo Freixo, “você desafia seus amigos a confessarem os seus delitos durante a infância que não os levaram à prisão”.

Eu entendo que, no mundo encantado dos psolistas, a infância se estende até bem depois dos 16 anos, mas aqui na Terra ela é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o décimo-segundo ano de vida de uma pessoa, de modo que qualquer delito cometido na infância simplesmente não entra na lista de crimes previstos na PEC da redução da idade penal de 18 anos para 16.

Só isto já seria o suficiente para demonstrar como o PSOL (1) investe na confusão para dar a impressão de que criancinhas travessas também serão condenadas como adultos; e (2) legitima moralmente a delinquência da população mais nova, cujos freios morais ajuda a remover.

As confissões de Freixo, no entanto, acentuam ainda mais os embustes:

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“A minha infância foi uma infância de sorte, de diversidade, de diferença, de muito conflito e de muita coisa levada também. Eu, por exemplo, subia nos prédios, roubava antena de TV pra fazer zarabatana pra fazer guerra com meus amigos no famoso ‘polícia e ladrão’, com alfinete e papel. Fazia esse tipo de coisa.”

O texto da PEC aprovado em segundo turno na Câmara dos Deputados e enviado ao Senado prevê a redução da idade penal para os casos de crimes hediondos – como estupro e latrocínio – e também para homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.

“Roubar” (furtar) antena de TV, ainda que fosse entre 16 e 18 anos, não está entre os delitos previstos, de modo que continuaria recaindo no Estatuto da Criança e do Adolescente, defendido por Freixo.

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“Andar de ônibus, por exemplo, ir pra praia… Cansei de ir com o dinheiro contado da passagem e aí não tinha dinheiro prum picolé, não tinha dinheiro prum mate, não tinha dinheiro prum refrigerante. Então descia por trás, dava calote no ônibus. Mas fiz muito isso! Eu e meus amigos, a gente entrava no ônibus, entrava por trás antigamente, tinha que passar na roleta, a gente não passava na roleta, quando chegava perto da praia a gente descia por trás. Não foram poucas as vezes que o trocador correu atrás da gente, mas óbvio: a gente, moleque, corria mais do que o trocador. Fiz muito isso!”

Dar calote no ônibus: mais um delito não previsto na PEC da redução.

“E, por fim, lembro de uma história terrível: eu gostava muito de jogar botão, futebol de botão, e tinha garoto que chamava Eduardo que morava na rua da minha escola, que sempre jogava comigo, ele era ruim no botão, a gente sempre ganhava dele, mas ele tinha um botão excelente, um botão de galalite, que eu ficava de olho naquele botão, e teve um dia que ele deu mole e eu pá: peguei o botão dele e levei pra casa.”

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Furto de botão de galalite: mais um delito não previsto na PEC da redução.

“Rapá, o moleque foi lá em casa dar queixa pra minha mãe. E aí eu tive a comprovação que as havaianas realmente não deformam, não soltam tira, não tem cheiro, mas dói, viu? Tomei uma coça daquelas porque roubei o botão lá do Eduardo. Enfim: cometi os meus delitos antes dos 18 anos. Eu sou contra a redução da idade penal, porque a gente precisa de infância, de diversidade, de liberdade, de vida.”

O que a redução da idade penal em discussão no Congresso tem a ver com todos os delitos confessados por Freixo? Nada! Rigorosamente nada.

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Confessar calote em ônibus e furtos de botão e antena de TV na infância como argumento para impedir a prisão de estupradores e assassinos entre 16 e 18 anos, como se esses delitos fossem equiparáveis àqueles e como se cometer delitos em geral enquanto menor de idade fosse algo comum e aceitável, é apenas uma manipulação asquerosa da emoção da plateia (com o agravante, no caso, de vir acompanhada do discurso demagógico da luta de classes, quando, na verdade, os pobres são as maiores vítimas da criminalidade no país, já que não têm dinheiro para se proteger dos bandidos).

Na ânsia de persuadir o público, Freixo ainda relembra a surra de chinelo que levou da mãe após um de seus furtos, deixando no ar que as chineladas maternas foram mais eficazes em dissuadi-lo do crime do que uma prisão.

Detalhe omitido: seu partido, o PSOL, sempre avesso a qualquer castigo para delinquentes, lutou pela aprovação da Lei da Palmada, que poderia ter rendido à mãe de Freixo “sanções e punições como advertência, tratamento psicológico obrigatório e cursos de orientação”.

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Pois é. A campanha “Eu confesso” seria muito mais útil se levasse Jean Wyllys, Marcelo Freixo e seus comparsas a confessarem as vigarices que cometeram e continuam cometendo na vida adulta.

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Freixo colocou a camisa do Flamengo para confessar delitos. Um insulto à nação rubro-negra

* Relembre aqui no blog:
Vídeos mostram esquerdistas [incluindo Freixo] mentindo sobre população carcerária do país – Veja Bem com Felipe Moura Brasil
As mentiras da esquerda sobre a redução da maioridade penal
Marcelo Freixo é desmascarado por Bene Barbosa
A autópsia moral de Marcelo Freixo

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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