Resumão em notas e tuitadas:
– STF deve decidir na quinta-feira se processos contra Lula ficam com o juiz Sergio Moro. Se tudo correr conforme a lei, a moralidade e a jurisprudência, Lula já pode ser preso na semana que vem, junto com Marisa, Lulinha e Luis Cláudio Lula.
Eu já separei a pipoca.
– Em entrevista coletiva, Lula acusou a Lava Jato de “ter um objetivo: tentar destruir sua imagem”. O título do New York Times mostra que nem o jornal americano de esquerda caiu na tentativa do petista de politizar a atuação de Sergio Moro:
“Lula ataca juiz que investiga corrupção”.
– Lula disse que Lava Jato prejudica economia. Folha publica: “desde que foram alvejadas pela Operação Lava Jato, há pouco mais de dois anos, a Petrobras e suas subsidiárias demitiram 169,7 mil pessoas”.
Além de pautar a Carta Capital, Lula pauta a Folha também?
– A culpa obviamente é dos corruptos, não dos que investigam os corruptos; e todo jornalista que se preze tem obrigação de deixar isto claro em qualquer construção verbal sobre o assunto, como este blog aponta há mais de um ano.
O lulismo é o avesso do jornalismo.
– Ao dar toco em Lula e avisá-lo do rompimento, Michel Temer ainda reclamou com ele da nomeação do peemedebista Mauro Lopes para a Aviação Civil, mesmo após o PMDB ter fechado questão contra aceitar cargos no governo por 30 dias:
“Eu avisei o senhor que esse episódio ia cair muito mal”, disse o vice-presidente, segundo o Estadão.
Mas Lula, como todo o PT, é assim: apunhala pelas costas e, na hora do desespero, quer diálogo.
– De acordo com o jornal, “os dois teriam até iniciado negociações sobre o pós-Dilma, com o vice-presidente se comprometendo a não realizar uma ‘caça às bruxas’ no governo”. Lula defende Dilma em público, mas já negocia cargos e anistias no governo Temer. O problema para Lula é que, até segunda ordem, Temer não pode lhe dar foro especial.
– Gilmar Mendes vai relatar recursos contra o impeachment, informa o Radar de VEJA. “Ele é o chamado relator prevento, que recebe todos os processos sobre o tema, devido a ter sido o primeiro sorteado no mandado de segurança que os deputados Paulo Pimenta e Wadih Damous apresentaram ao STF”. Mais um tiro no pé do PT. Ainda sobrou algum dedo?
– Até Luis Roberto “Minha Posição” Barroso declarou que impeachment não é golpe. Só Ricardo Lewandowski, amigo da família Lula, é que ficou em cima do muro dizendo que golpe é um termo político e o STF trata de questões jurídicas.
O Brasil está de olho, Lewandowski.
– Presidentes do PSDB, DEM, PPS deram entrevista à imprensa internacional para defender a legalidade do impeachment após Dilma e Lula denunciarem ao resto do mundo um “golpe” inexistente. É assim que se faz.
Chega de perder a guerra de narrativas para a propaganda petista.
– Mendonça Filho (DEM-PE): “Não existe golpe! Há um desespero petista. A atuação das instituições comprovam que a Democracia está consolidada.”
– Governo só conseguiu reunir 5 senadores em encontro da base aliada, sendo 3 deles petistas. Os líderes de PMDB, PDT, PP e PR não compareceram à reunião no Planalto. O ministro Ricardo Berzoini ficou chupando dedo.
Até o Senado está desembarcando do Titanic.
– VEJA: “Partidos aliados devem seguir o PMDB e abandonar o governo. PSD, PP e PR avaliam liberação de parlamentares para votar como quiserem em relação ao impeachment da presidente.” Todos de olho num carguinho no governo Temer.
– Folha: “No rastro de Henrique Eduardo Alves, cuja exoneração a pedido do Ministério do Turismo foi publicada no Diário Oficial da União, Mauro Lopes (Aviação Civil), Eduardo Braga (Minas e Energia) e Helder Barbalho (Portos) informaram a aliados e auxiliares a intenção de deixarem as pastas.” A ala mortadela do PMDB também está de olho no governo Temer.
– “Resistentes a abandonar a Esplanada dos Ministérios, Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Kátia Abreu (Agricultura) ainda não decidiram se deixarão o governo ou a sigla.” O povo brasileiro, eles já deixaram.
– Radar de VEJA: “Kátia Abreu procura, sem sucesso, sigla para poder ficar no governo”. “Nem a ideia de voltar para o PSD foi bem-sucedida: caciques da sigla demonstraram que o caminho do PSD também é de saída”.
Quem mandou virar miguxa da Dilma? Tchau, querida.
– O funk romântico dizia: “Avião sem asa, fogueira sem brasa / Sou eu assim sem você”. Minha versão: “Dilma sem a base, Lula sem o foro, Brasil querendo crescer…”
– Correio Braziliense: “Cerca de 5 mil patos infláveis foram colocados no gramado central da Esplanada dos Ministérios na manhã desta terça-feira (29/3). Outro pato, de cerca de 20 metros de altura, também será inflado no local.”
Chega de impostos. Chega de pagar o pato.
– Onyx Lorenzoni (DEM-RS): “Mentiras, diversionismo e desculpas. Explicações sobre os crimes? Nenhuma. Mensalão e Petrolão [foram criados] para comprar apoio e forrar bolsos de corruptos. O que faz a presidente? Tenta comprar mais apoio. Vai ter impeachment, sim.” Amém.
– Onyx: “‘Vai ter peão pra bater em coxinha’. ‘Cobrem do Moro’. Que líder é esse que joga brasileiro contra brasileiro? Líder de quadrilha.” Nada a acrescentar.
Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
Siga no Twitter, no Facebook e na Fan Page.