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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Brasil agoniza com golpes contra impeachment, cassação, Zelotes, CPI, setor elétrico, São Paulo…

E sim: o governo ainda quer aumentar impostos

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 00h10 - Publicado em 5 nov 2015, 18h55

Brasil agoniza

Conta de luz I

O ministro do STJ João Otávio de Noronha acusou Dilma Rousseff de ter destruído o setor elétrico:

“Só tem um jeito agora: forçar na tarifa o prejuízo causado por uma política desastrosa da presidente Dilma. Sentia ela que entendia de tudo. A prova é que ela não entendia de nada em matéria de setor elétrico.”

E Dilma lá entende de alguma coisa?

Conta de luz II

A conta de luz no Rio de Janeiro, segundo a Folha, sobe 16,78%, em média, no próximo sábado.

Sim: de estelionato eleitoral, Dilma entende.

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Impostos

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse o seguinte:

“Certamente, a questão do Brasil não será resolvida só com [alta de] impostos, ainda que, provisoriamente, tenhamos que contar com algum reforço.”

Em seguida, falou dos R$ 32 bilhões previstos com a eventual recriação da CPMF, o “imposto do cheque”, mas vou privar os leitores dos argumentos do governo para meter a mão nos nossos bolsos de novo.

Zelotes agoniza I

O Globo informa que o juiz Ricardo Leite, substituto da 10ª Vara, denunciou o procurador Frederico Paiva, coordenador da força-tarefa encarregada das investigações da Zelotes.

Leite acusa Paiva de tê-lo afastado da função jurisdicional da operação “a fim de direcioná-la politicamente, na tentativa de contrapô-la à Lava-Jato, amenizando, em última análise, sua repercussão negativa sobre o Partido dos Trabalhadores”.

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Segundo ele, antes de assumir o cargo de procurador, Paiva “serviu em cargo de confiança, na qualidade de assessor do ministro do Trabalho e Emprego à época (2004) ninguém menos que Ricardo Berzoini (PT-MG), conhecido por suas táticas difamatórias submundanas”.

O PT, de fato, tem muito zelo pela Zelotes.

Zelotes agoniza II

A juíza substituta Célia Regina, que encurralou o filho de Lula, também foi afastada da Zelotes, como mostrei aqui. O juiz titular Vallisney de Souza Oliveira, que retomou seu posto, declarou ao jornal:

“Meu trabalho no STJ acabou e eu estou retornando às minhas atividades aqui na 10ª Vara. Não voltei por causa desse processo (Zelotes) e nem por causa de nenhum outro. A vara tem mais de dois mil processos. Também quero dizer que não houve pressão de ninguém.”

Também quero dizer que só acredito no senhor Vallisney se ele mandar prender os chefes.

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CPI do Carf

Conforme esperado, Gilberto Carvalho, Erenice Guerra e Luís Cláudio, filho de Lula, foram poupados na CPI do Carf, a enésima comissão de pizza no Congresso.

CPI do BNDES I

Estadão: “A CPI do BNDES aprovou a transferência de sigilo dos dados referentes à operação feita pelo banco com a Usina São Fernando Açúcar e Álcool, do pecuarista José Carlos Bumlai. Os deputados querem ter acesso aos contratos e aos detalhes do empréstimo feito pelo amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”

Legal. Mas a mesma CPI rejeitou a convocação de Antonio Palocci, o homem que movimentou 216 milhões de reais.

CPI do BNDES II

Radar da VEJA: “Deputados da CPI do BNDES têm reclamado que alguns documentos relacionados ao ex-presidente Lula, que chegaram à comissão por meio digital, em PDF, estão corrompidos. Por isso, não é possível visualizá-los.”

Fica a impressão de que tudo que envolve o Brahma está corrompido.

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Impeachment golpeado I

Os manifestantes pró-impeachment que estavam “algemados” há uma semana no Salão Verde da Câmara dos Deputados saíram do local pacificamente entoando o Hino Nacional, depois que a Polícia Legislativa recebeu ordem para retirá-los.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=1f5b47eWhUc?feature=oembed&w=500&h=281%5D

Impeachment golpeado II

O petista José Guimarães, líder do governo na Câmara, defendeu Eduardo Cunha na quarta-feira:

“Acho que tem [condição de permanecer no cargo]. O processo corre naturalmente. Ninguém pode ser excluído de suas funções ou condenado sem o trânsito em julgado. E isso também vale para o Conselho de Ética”.

Nesta quinta, Andréia Sadi, da GloboNews, informou que Guimarães disse a Cunha que Dilma tem o voto de, no máximo, 200 deputados.

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Se for verdade, daria para barrar o impeachment, mas não para aprovar a nova meta fiscal.

Eu desconfio de Guimarães. Eu desconfio de Cunha. O acordão obviamente está em andamento. Mas Cunha depende menos do PT no Conselho de Ética do que o PT depende de Cunha na Câmara.

Onde está Dilma para irritá-lo mais um pouquinho?

Conselho de Ética/PGR

Segundo a Folha, Eduardo Cunha pretende admitir ao Conselho de Ética e à PGR que controla as contas na Suíça atribuídas a ele, mas insistirá que não mentiu à CPI da Petrobras ao dizer que não possuía contas bancárias não declaradas na Suíça, já que elas estão em nome de empresas e ele fora questionado se era titular.

Cunha teria alegado desconhecer a origem do 1,3 milhão de francos suíços depositados em 2011 em uma das contas pelo lobista João Augusto Henriques, preso pela Lava Jato; e que o dinheiro movimentado nas contas tem origem em negócios legítimos feitos entre os anos 80 e 90. Seu erro, segundo ele, teria sido apenas não ter declarado essas contas até hoje.

A tentativa de camuflar a falta de ética sob as nuances da linguagem torna a defesa de Cunha quase tão difícil de se acreditar quanto a de Marcelo Odebrecht. No Brasil, no entanto, sempre pode dar certo.

[* Atualização na VEJA: Cunha vai alegar que dinheiro no exterior é fruto da venda de carne.]

Relator

Escolhido para relatar o processo contra o presidente da Câmara, o deputado de primeiro mandato Fausto Pinato (PRB-SP) só conseguiu uma vaga na Casa puxado pelo correligionário Celso Russomanno (SP), que nunca escondeu seus laços com Cunha.

Natural seria que Cunha estivesse muito mais preocupado com Janot.

Mas como Janot protege Dilma, vai arriscar irritar o homem que tem a caneta do impeachment?

TSE

Dias Toffoli, segundo Lauro Jardim, “ainda não submeteu ao plenário do TSE a distribuição dos dois processos que correm na Corte que podem cassar a chapa Dilma/Temer por irregularidades na eleição de 2014.

Isso significa que é praticamente impossível que as ações sejam apreciadas pelo TSE antes do recesso. Ou seja, ficou para 2016″ – como todo o Brasil.

STF/Odebrecht

Para não dizer que não falei das flores, Teori “Da Conspiração” Zavascki negou pela segunda vez habeas corpus a Marcelo Odebrecht. Em todo caso, é melhor o juiz Sérgio Moro se apressar a condenar o empreiteiro antes que o supremo ministro mude de ideia.

Haddad I

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT, “deixou especialmente desatendida a população mais pobre”, segundo o editorial do Estadão desta quinta-feira.

“Com sua atenção voltada basicamente para a Avenida Paulista, Haddad esqueceu-se ou foi incapaz de dar conta de inúmeras outras demandas da cidade, e isso se reflete nas pesquisas de opinião: segundo o Datafolha, o prefeito é reprovado por nada menos que 49% dos paulistanos. Entre os mais pobres, Haddad é aprovado por apenas 12%, ante 23% entre os mais ricos. Tal diferença explica quais são as prioridades do prefeito.”

O PT sempre foi e sempre será o partido dos ricos.

Haddad II

Apesar do flerte com a Rede de Marina Silva, Haddad “tem uma dívida com Lula, que o inventou como ‘poste’ em 2012″, diz o jornal.

Isso não significa “que pretende subir no palanque como petista. Ao contrário: consta que o prefeito planeja esconder o PT e Dilma durante a campanha, pois em São Paulo a rejeição a ambos é imensa.

Assim, o PT e Haddad encontram-se numa sinuca de bico: o partido vai jogar todas as suas fichas numa vitória do prefeito na esperança de dar algum sinal de vida, mas a única chance de Haddad de superar a hostilidade dos paulistanos e se reeleger é repelir a legenda à qual está filiado desde 1983.

É uma embrulhada e tanto, que resume a falta de perspectivas de um partido cujos líderes julgavam-se capazes até de fazer chover, mas que, hoje, se limitam a tentar salvar o sofá e a geladeira da enchente.”

Fingir não ser o que realmente é sempre foi e sempre será um padrão para qualquer petista.

Que petistas agora tenham de chegar ao cúmulo de fingir não serem petistas, é apenas um fim melancólico mas coerente com a tradição do PT.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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