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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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Angelina Jolie e o terror feminino

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 02h21 - Publicado em 13 jan 2015, 06h43

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Para os brasileiros, a imagem da Nigéria é a da seleção de Copa do Mundo que dá algum trabalho para as de maior tradição, como aconteceu nas derrotas para a Argentina (3×2) e para a França (2×0) em 2014 no Brasil. Mas o país mais populoso e de maior economia da África (tendo superado a África do Sul pouco antes da Copa) vive hoje uma batalha bem mais dura contra o terror do Boko Haram, nome que significa “a educação não islâmica é pecaminosa”.

As eleições presidenciais estão marcadas para 14 de fevereiro e a insegurança é o principal tema em foco. No dia 3 de janeiro, o Boko Haram tomou um quartel da cidade de Baga, iniciando uma onda de terror que se estendeu por dezesseis localidades no Estado de Borno.

Os jihadistas foram de casa em casa tirando os jovens em idade de combater e os executando na rua; descarregaram motocicletas de seus caminhões para perseguir até a morte os que fugiam; e queimaram vivos os que buscaram refúgio em construções.

O Exército nigeriano informou na segunda-feira que pelo menos 150 pessoas foram mortas – embora testemunhas falem em até 2.000 naquele que teria sido o ataque mais mortífero praticado pelo grupo.

A atriz Angelina Jolie, enviada especial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), condenou o massacre de inocentes em comunicado:

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“Cada novo crime cometido pelo Boko Haram excede o último em brutalidade. Esta é uma consequência direta do ambiente de total impunidade em que o Boko Haram opera. Toda vez que eles saem impunes de assassinato em massa, estupro e escravização de mulheres e crianças, eles são mais encorajados.”

Jolie ainda pediu aos Estados Unidos e outras nações que ofereçam ajuda a Nigéria para “recolher provas e trazer os autores desses ataques à justiça”.

No domingo, enquanto a França marchava contra o terror, o Boko Haram explodiu duas meninas-bomba em um mercado da cidade de Potiskum. A detonação matou três pessoas, além das meninas, e foi o segundo ataque em dois dias que usou crianças amarradas a explosivos.

Enquanto isso, a polícia francesa segue à caça da terrorista Hayat Boumedienne, namoradinha do falecido Amedy Coulibaly, que está foragida provavelmente na Síria.

Ela era a mais radical dos dois, segundo George Sauveur, advogado por quase uma década do terrorista que matou quatro judeus inocentes numa mercearia hebraica. Em 2010, em chamada gravada pela inteligência francesa, ela reclamou que Coulibaly “não é um homem sério… ele só pensa em se divertir”.

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Por conta dos casos de Boumedienne e das meninas-bomba, um especialista comentou no programa de Don Lemon na CNN que nossa cultura – a cultura ocidental – faz vista grossa às mulheres como suspeitas de terrorismo, ignora suas presenças como ameaças sérias, e por isso mesmo é uma grande jogada do terror islâmico usá-las contra nós.

A al-Qaeda e o Boko Haram, de fato, não hesitam em usar contra o Ocidente todas as nossas ingenuidades.

Mais do que nunca, não devemos subestimar o perigo das mulheres. Mas se Angelina Jolie dissesse isso, seria uma confusão dos diabos.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://www.veja.com/felipemourabrasil

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