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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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A Copa perdida

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 04h52 - Publicado em 4 dez 2013, 20h15

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Fernando Henrique Cardoso escreveu em seu artigo no Globo de domingo, logo após admitir que as “oposições” estão “berrando pouco”: “É preciso dizer com coragem, simplicidade e de modo direto, como fizeram alguns ministros do Supremo, que a democracia não se compagina com a corrupção nem com as distorções que levam ao favorecimento dos amigos.” Ou seja: na hora de falar ao povo sobre a roubalheira petista, é proibido usar a palavra “compagina”.
 
Não sei nem se as próprias “oposições” entendem FHC. Não sei se elas se “compaginam” com o ex-presidente. Talvez ele também devesse lhes dizer as coisas com simplicidade e de modo direto, se quiser mesmo “desfazer na consciência popular (…) o manto de ilusões com que o lulo-petismo vendeu seu peixe”. Outra expressão a ser evitada é “manto de ilusões”. Na consciência popular, o único “manto” que existe, sabidamente sagrado aliás, é o do Flamengo. Se o PSDB sair berrando “manto” ao falar do PT, Lula acaba virando um Zico.
 
O mensalão é a coisa mais fácil do mundo de ser explicada à moda lulista ao povo. Sejamos simples e diretos:
 
Na Copa do Congresso, o PT comprou os jogadores (ou times) adversários para vencer os jogos por goleada, usando o dinheiro do povo – até que o juiz descobriu e deu cartão vermelho para José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e outros, mandando-os mais cedo para o chuveiro frio. (O chuveiro frio, aqui, é opcional.)
 
Se os petistas disserem que o juiz não tinha o direito de fazer isso, estarão confessando que compraram os jogadores (ou times) adversários. Se disserem que o juiz é ladrão, será preciso repetir mil vezes que o juiz havia sido escolhido por eles mesmos, que tinham o mando de campo. Se disserem que o PSDB também botou dinheiro no bolso em Minas Gerais, restará ao capitão Aécio mostrar que, no PSDB, jogador ladrão é punido pelo próprio time quando descoberto, enquanto no do PT, é protegido e tido como herói pelos “companheiros”, do tipo que ainda volta a campo no fim do jogo para levantar a taça e esfregar na cara da torcida.
 
Dizer isto seria o mínimo. Mas o problema do Brasil é o “delay” das “oposições”.
 
Em entrevista à Época sobre o seu novo livro, ‘Década perdida‘, o historiador Marco Antonio Villa afirmou que, em 2005, FHC saiu “dizendo que um processo de impeachment de Lula criaria uma crise institucional, afetaria a economia, o crescimento do país”, como se 10 anos de governo petista não fossem cumprir essas e outras tarefas sozinho. “Essa é uma dívida histórica que ele tem com o povo brasileiro. No momento em que o PT estava nas cordas, em vez de levá-lo a nocaute, como o PT faria se estivesse do outro lado, o que o PSDB fez, por meio de seu principal líder, foi deixar Lula sangrando nas cordas, acreditando que o nocautearia facilmente nas eleições de 2006. A oposição teve medo, e esse medo é que deu combustível para que o PT virasse o jogo, estabelecesse uma aliança sólida com o PMDB e partidos satélites e criasse o novo Lula, no último ano do primeiro governo. Esse novo Lula é produto de uma leitura de conjuntura equivocada e danosa para o futuro do país. E essa leitura foi feita por Fernando Henrique e pelo PSDB.”
 
É verdade. Fernando Henrique e o PSDB são, na melhor das hipóteses, ruins de leitura, de boxe, de futebol, de berro e de transmissão ao vivo.
 
Assim fica difícil o povo se “compaginar” com eles.


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