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A biografia não autorizada de Lula

No mesmo dia em que as biografias não autorizadas foram liberadas pelo STF, nove procuradores da Lava Jato pediram mais de 30 anos de prisão para os executivos da empreiteira OAS denunciados por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Entre eles, um personagem mais importante na história de Lula que o “menino do MEP“: José Aldemário Pinheiro Filho. Simpatizante […]

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 01h11 - Publicado em 10 jun 2015, 21h52
Lula Fernando Morais

Fernando Morais só faria se fosse autorizada

No mesmo dia em que as biografias não autorizadas foram liberadas pelo STF, nove procuradores da Lava Jato pediram mais de 30 anos de prisão para os executivos da empreiteira OAS denunciados por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

Entre eles, um personagem mais importante na história de Lula que o “menino do MEP“: José Aldemário Pinheiro Filho.

Simpatizante confesso do PT, o vulgo “Léo” Pinheiro conheceu Lula ainda nos tempos de sindicalismo, contribuiu para suas primeiras campanhas e tornou-se um de seus mais íntimos amigos no poder, como revelou VEJA em edição recente.

Pinheiro se orgulhava de jamais dizer não aos pedidos de Lula, a quem chamava de “chefe”.

Em 2010, Lula encomendou ao amigo da construtora uma reforma no sítio de Atibaia, no interior de São Paulo.

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VEJA Lula“Quando a reforma terminou, a propriedade tinha mudado de padrão. As antigas moradias foram reduzidas aos pilares estruturais e completamente refeitas, um pavilhão foi erguido, a piscina foi ampliada e servida de uma área para a churrasqueira.

O que mais chamou atenção, além da rapidez dos trabalhos, é que tudo foi feito fora dos padrões convencionais. A reforma durou pouco mais de três meses. Alguns funcionários da obra chegavam de ônibus, ficavam em alojamentos separados e eram proibidos de falar com os operários contratados informalmente na região e orientados a não fazer perguntas. Os operários se revezavam em turnos de dia e de noite, incluindo os fins de semana. Eram pagos em dinheiro vivo”. 

Em 2011, o lobista Lula foi contratado pela OAS para resolver os problemas da empreiteira durante a construção da estrada Tarija-Potosí, na Bolívia.

Uma reportagem da Brio, publicada nesta semana, demonstra que o contrato para a construção da estrada tinha uma série de irregularidades e havia sido feito sem nenhum critério técnico.

Como ela passaria pela reserva Tipnis, os índios protestaram.

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Em agosto, quando os índios decidiram fazer uma marcha até La Paz, Lula viajou em jatinho da OAS para se encontrar com o presidente boliviano Evo Morales e tentar acalmar os ânimos.

O Valor também fez matéria na ocasião.

Acrescento que o embaixador do Brasil na Bolívia, Marcel Biato, também estava presente. Ele solicitou ao Itamaraty “passagens aéreas e diárias correspondentes” para acompanhar o evento de Lula, patrocinado pela OAS, em Santa Cruz de La Sierra.

Este foi apenas um dos gastos que o governo brasileiro teve com as viagens privadas ao exterior feitas por Lula e bancadas por empreiteiras.

A Folha revelou em 23 de março de 2013 que o petista recebia apoio de embaixadas, por meio de funcionários locais ou diplomatas enviados do Brasil para acompanhá-lo, embora a lei que trata dos direitos de ex-presidentes não previsse apoio diferenciado no exterior.

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Em 2012, na viagem do lobista Lula a Moçambique e África do Sul, paga pela Camargo Corrêa, o embaixador Paulo Cordeiro foi o encarregado da tarefa. De acordo com documento da embaixada, Lula ajudou as empreiteiras ao “associar seu prestígio” a elas.

“Além disso, o embaixador brasileiro em Pretória solicitou recursos para enviar um diplomata e uma auxiliar administrativa para a vila onde Lula teria encontro com o ex-presidente Nelson Mandela.

O encontro foi cancelado devido à saúde debilitada do sul-africano, mas o custo com passagens da auxiliar administrativa (US$ 586,71) foi desembolsado. O cancelamento do encontro ocorreu após a funcionária embarcar.

Há também casos de gastos com aluguéis e alimentação.

Em 15 de março de 2011, a Embaixada do Brasil em Doha (Qatar) solicitou que o Itamaraty liberasse US$ 330,58 para pagar pelo aluguel de um computador e uma impressora no ‘aposento do ex-presidente Lula, no Sheraton Hotel’.

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A viagem era privada, para participar de fórum da rede de TV Al Jazeera.

Três dias antes, a embaixada havia solicitado outros US$ 685,95 para ‘quitar gastos extraordinários com cerimonial’: um almoço no Nobles Restaurante, um dos mais badalados do país, para Lula e acompanhantes.

‘A verba atual é suficiente apenas para pagar as despesas ordinárias e recorrentes do posto’, escreveu a Brasília o embaixador Anuar Nahes, hoje titular em Bagdá.

Meses antes, as embaixadas haviam recebido ordem para cortar gastos, no começo da gestão Dilma Rousseff.

Alguns postos solicitam o pagamento de horas extras para funcionários devido à agenda de Lula no país.

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É o caso da Embaixada na Polônia, que pediu pagamento adicional ao motorista do posto em setembro de 2011.

O funcionário levou o embaixador Carlos Magalhães de Varsóvia a Gdansk, onde Lula receberia um prêmio.”

O livro
Este é só um breve capítulo da biografia não autorizada de Lula, recheada de mordomias pagas com dinheiro público, trocas de favores com empreiteiros hoje presos e lobby internacional para empresas enroladas com a Operação Lava Jato, além da criação do Foro de São Paulo e de esquemas como aquele de Santo André que resultou no assassinato do prefeito Celso Daniel.

Como a deputada Eliziane Gama (PPS-MA) vai protocolar na CPI da Petrobras requerimentos pedindo a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do Instituto Lula e da empresa de “palestras” do petista, e deputados do PSDB também apresentaram pedido de convocação do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, pode ser que novos capítulos apareçam em breve.

Léo Pinheiro também poderia acrescentá-los em delação premiada, em vez de pegar 30 anos de prisão.

Se da Camargo Corrêa, o “chefe” recebeu pelo menos 4,5 milhões de reais, imagine da OAS e da Odebrecht.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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