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Por João Batista Oliveira
O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.
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Por que os adolescentes dormem tarde?

Não se trata de rebeldia. De acordo com estudo que acaba de publicado nos Anais da Royal Society, tem mais a ver com o comportamento dos nossos ancestrais.

Por João Batista Oliveira Atualizado em 28 jul 2017, 09h43 - Publicado em 28 jul 2017, 09h41

O fato em si é preocupante, em especial para quem tem filho adolescente. Preocupa pelo que eles fazem à noite, em casa ou fora dela. E também preocupa pelo dia seguinte na escola, em que chegam como zumbis.

As explicações são as mais variadas – e nenhuma delas serve de refresco. Por melhor que tenha sido a formação dos jovens, eles estarão expostos a riscos que fogem ao seu controle – especialmente o risco vindo de outros adolescentes. E independentemente de risco, a falta de sono afeta profundamente o desempenho escolar dos jovens, em particular seu aproveitamento nas primeiras horas da manhã.

Nos anos recentes, foram os neurocientistas que nos ajudaram a entender melhor as transições da adolescência e buscaram explicações para vários comportamentos – inclusive para os padrões de sono. Mas a ciência não para de buscar explicações, e a moda atual é voltar às origens biológicas dos comportamentos – afinal, a estrutura e o funcionamento do nosso corpo foram moldados pelos nossos ancestrais na busca pela sobrevivência. O que teria o sono dos adolescentes a ver com isso?

Os antropólogos vivem à cata de povos que mantêm comportamentos parecidos com nossos ancestrais – os mais próximos eram grupos que viviam da caça e apanha de frutos, os chamados caçadores-coletores. Um grupo de 30 desses, na Tanzânia, foi identificado e estudado durante 20 dias. A grande descoberta: a divisão dos horários de sono ocorria de forma a assegurar que nas 24 horas do dia haveria alguém desperto e alerta, para proteger a tribo, em caso de perigo.  Adolescentes tipicamente dormiam mais tarde e os mais velhos acordavam com as galinhas. O estudo acaba de publicado nos Anais da Royal Society.

Certamente essa descoberta não serve de consolo para os pais de adolescentes. Mas pelo menos deixa claro que não se trata de rebeldia ou algo pessoal. Se depender da natureza, isso não mudará facilmente em milhões de anos. E não basta dizer aos jovens que hoje temos outros mecanismos para nos proteger durante a noite. Resta desenvolver mecanismos culturais e sociais para devolver aos pais sua merecida noite de sono.

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