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Por João Batista Oliveira
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PISA: o fosso que nos separa dos países da OCDE

Os dados mostram que os 10% melhores alunos do Brasil no PISA têm um desempenho equivalente ao de um aluno médio dos países da OCDE.

Por João Batista Oliveira Atualizado em 11 dez 2019, 20h57 - Publicado em 10 dez 2019, 18h20

Neste segundo post da série sobre o PISA apresento dados que permitem identificar a distribuição das notas nos diferentes níveis de desempenho e o fosso que nos separa dos países da OCDE.

As figuras 1, 2 e 3 apresentam a distribuição dos alunos brasileiros por percentil.

O dado mais relevante refere-se à comparação entre os alunos brasileiros e os da OCDE: os 10% melhores alunos do Brasil (P90) no PISA têm um desempenho equivalente ao de um aluno médio dos países da OCDE. Isso se repete em Matemática, Leitura e Ciências.

O segundo dado relevante é o P50: a média do Brasil no PISA situa-se cerca de 100 pontos abaixo da média dos países da OCDE, com pequenas flutuações nas diferentes disciplinas. Isso significa que um aluno médio brasileiro tem um nível de conhecimentos equivalente ao de um aluno europeu com quatro anos de escolaridade a menos. Sobre esse tema trataremos com maior profundidade em outro post desta série.

A divisão das notas em percentis também permite observar que permanecem enormes as diferenças entre os melhores (P95) e os piores alunos (P5).

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No relatório do PISA/2018, a OCDE mostra que apenas 65% dos jovens de 15 anos estão representados na amostra. Possivelmente esses são alunos que desistiram da escola e, em sua grande maioria, devem se situar entre os alunos com pior desempenho. Isso significa, portanto, que, se fôssemos avaliar o capital humano do país – e não apenas dos alunos matriculados em escolas –, nossas notas estariam ainda piores, e o fosso em relação aos países desenvolvidos será ainda maior.

Um outro dado que chama a atenção: 43% dos alunos brasileiros encontram-se abaixo do nível mínimo esperado para esse nível de ensino nas três disciplinas. Em matemática, 68% dos alunos encontram-se abaixo do mínimo. Isso significa que, na verdade, menos da metade dos alunos brasileiros passam na porta de entrada desse exame – ou seja, não aprenderam o que seria esperado aprender até o final do ensino fundamental.

Esses dados podem ajudar a entender várias características do sistema educacional brasileiro. De um lado, o nível de conhecimentos dos alunos é baixo, mas eles são promovidos até os anos finais do ensino médio sem qualquer padrão de controle de qualidade.

Aparentemente, a reprovação causa danos – bem como a evasão. E ficar numa escola, mesmo de baixa qualidade, agrega algum conhecimento. Como podemos observar nos resultados dos alunos, cada série adicional de ensino agrega conhecimentos – é melhor avançar do que ficar parado. A promoção automática não atrapalha a média do Brasil no PISA, ao contrário. No entanto, o sistema parece nem estimular nem promover a busca de elevados padrões de qualidade.

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