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Por João Batista Oliveira
O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.
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Para que os professores realmente façam diferença

Comemorado no próximo domingo, 15 de outubro, Dia do Professor suscita uma série de reflexões que nossas autoridades educacionais insistem em não fazer.

Por João Batista Oliveira 9 out 2017, 09h48

Mais uma rodada de evidências – desta vez apresentada pela empresa de consultoria McKinsey – comprova a importância do professor para explicar o desempenho escolar dos alunos. Usando dados de países da OCDE e do Brasil, o estudo reafirma e acrescenta algumas nuanças ao que já era conhecido: aprendem mais os alunos cujos professores usam bem o tempo lecionando, e aprendem menos os alunos cujos professores ficam fazendo muitas “atividades”.

Até aí não temos novidades – embora os novidadeiros sempre esperam que “novos métodos” irão resolver os problemas do ensino. As evidências acumuladas há séculos continuam dizendo que, dentro do modelo tradicional da escola, o professor e sua boa aula fazem a grande diferença. Em outros modelos de ensino, certamente outros métodos e técnicas poderão funcionar melhor.

Aqui entra o desafio: se os professores são tão importantes, e se é razoável supor que a maioria dos professores faz o melhor que pode, como explicar o baixíssimo desempenho dos alunos em nosso país? E, em particular, como explicar o baixíssimo ganho de conhecimentos dos alunos entre o 5o e o 9o ano – exatamente quando eles passam a ter professores especialistas nas disciplinas que lecionam?

A resposta é incômoda – e por isso raramente é oferecida para discussão. Uma coisa é saber que o professor é importante e faz diferença. Outra coisa é fazer diferença. Para fazer diferença, não basta qualquer professor – é preciso que os professores tenham tido uma educação geral de boa qualidade e uma formação profissional ainda melhor.

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É esse o principal gargalo da educação brasileira, mas que nenhuma autoridade educacional se propõe sequer a discutir, muito menos a enfrentar.

De um lado, é forçoso reconhecer a cara da realidade e usar estratégias comprovadamente eficazes que possam ajudar o professor a ter um melhor desempenho, dentro de suas limitações. As evidências são claras quanto a isso – e a retórica da “educação continuada” e a saída usual de “mais treinamento” são comprovadamente ineficazes. De outro, é necessário estabelecer políticas de longo prazo para atrair, formar e manter pessoas adequadamente qualificadas para o magistério.

Até que as autoridades educacionais caiam na real, vamos continuar a celebrar – justamente – o meritório esforço que fazem nossos professores. Mas isso não basta para melhorar o seu desempenho e a qualidade da nossa educação.

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