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Por João Batista Oliveira
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Nossos alunos levam a sério a prova do PISA?

Brasil é campeão na porcentagem de alunos que não levam o Pisa a sério: 67%! Mas o que aconteceria se os brasileiros levassem essa prova a sério?

Por João Batista Oliveira 22 out 2018, 15h50

O tema é antigo: quando um teste não tem consequências diretas para os alunos, uma parte deles não o leva a sério, e isso pode gerar um resultado que não reflete a realidade. Este é o caso do Pisa.

O estudo sobre o Pisa é recente: os economistas Akyol, Krishna e Wank reanalisaram os resultados do Pisa levando em conta a quantidade de alunos que não levam o teste a sério e o que aconteceria se todos levassem o teste a sério e dessem o melhor de si. O que aconteceria com os resultados do Brasil no Pisa? Iríamos melhorar? Piorar?

Entendendo o problema: se o aluno depende do resultado do teste para conseguir um emprego ou vaga, é de se esperar que ele vai se esforçar ao máximo. Esses testes são chamados popularmente de “testes com garras”. Se o teste não tem consequências, um teste “sem garras”, o aluno não tem motivação específica para se esforçar – e isso pode afetar os resultados.

Entendendo o método: os pesquisadores definem o aluno não-sério como aquele que salta muitas perguntas e gasta menos tempo nas perguntas mais difíceis. Além desses, há dois outros grupos de alunos nessa situação: alunos de nível socioeconômico alto – que supostamente se julgam acima do bem e do mal – e alunos muito estudiosos, cansados de tanto estudar e preocupados com os testes de verdade.

Agora vamos ao que interessa: O Brasil é campeão na porcentagem de alunos que não levam o Pisa a sério: 67%, comparado com 13,6% na Coreia, por exemplo.

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Resta a esperança: o que aconteceria se os brasileiros levassem o Pisa a sério? Rigorosamente nada. A razão: o nível desses alunos também é muito baixo: mesmo se eles se esforçassem mais, o resultado não seria diferente. Se todos alunos de todos os países abrangidos pelo Pisa, inclusive o Brasil, se esforçassem ao máximo, o Brasil subiria apenas uma posição no ranking. Para efeito de comparação: Portugal – com 27% de alunos que não levam o Pisa a sério – subiria 15 posições dentre os 58 países comparados.

O Brasil não é um país sério – como já disse o Gal. De Gaulle. Macunaíma entrou em nosso DNA. E a culpa não é dos portugueses – que continuam melhorando no Pisa. Não há Presidente ou plano de governo que mude isso. Cabe a cada um de nós começar a reverter essa situação. E isso não se aplica só aos testes sem garras.

 

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