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ENEM – um modelo esgotado

Qual será o futuro do ENEM? Parece que o país se convenceu da necessidade de diversificar o ensino médio – portanto, caberá diversificar também a avaliação.

Por João Batista Oliveira 8 nov 2017, 18h46

O ENEM dá todos os sinais de um modelo esgotado. O que surgiu como solução parece ter se transformado em problema. Resta tirar conclusões para pensar nos próximos passos.

O lado positivo do ENEM é bem conhecido. Ele se tornou uma instituição nacional e mobiliza a sociedade. A imprensa dedica um espaço infinitamente superior ao ENEM do que a qualquer outro assunto da área de educação. Possivelmente isso reflete o alto interesse e investimento da classe média no tema. Outro aspecto positivo é que, de certa forma, o ENEM ampliou o acesso, simplificou os procedimentos e reduziu os custos para alunos que antes tinham de viajar para fazer diferentes vestibulares em diferentes lugares. Um terceiro aspecto positivo foi o de introduzir novas formas de avaliar os conhecimentos dos vestibulandos, provocando alunos e professores a ir além do “livresco”.

Mas os aspectos negativos começam a pesar. O caso da redação é o mais conspícuo. Uma das vantagens de questões abertas é exatamente evitar o “treinamento” associado a questões fechadas, tipicamente de múltipla escolha. Isso deveria levar a formas alternativas para preparar os alunos. Mas o que se viu não foi isso – tanto devido a problemas de escolha de temas quanto a custos e critérios de correção. Embora não diretamente comparáveis ano a ano, as notas na redação vêm caindo na escala de zero a dez. Ou seja, a redação também não contribuiu para aprimorar o ensino da redação – nem as competências a isso associadas.

O outro aspecto negativo é a relação do ENEM com o ensino médio. O ENEM nasceu para avaliar o ensino médio – como está indicado no seu nome: Exame Nacional do Ensino Médio. Mas se tornou um substituto para o vestibular. Ficou no meio do caminho, e ninguém pode servir a dois senhores. Acabou optando pelo vestibular, que dá mais glamour. Na prática, as escolas de ensino médio continuam ensinando uma quantidade gigantesca de matérias e não há qualquer diferenciação para estimular as opções dos alunos. Ou seja, não teve impacto no ensino médio.

Esta seria uma boa hora para iniciar uma discussão profunda sobre o futuro do ENEM. De um lado, parece que o país já se convenceu da necessidade de diversificar o ensino médio – portanto, caberá diversificar também a avaliação. Na reforma aprovada do ensino médio, pelo menos nas intenções, existe a ideia de estimular as opções dos alunos, o que poderia ensejar provas mais específicas de acordo com o interesse do aluno. Não existe uma solução razoável para atender ao mesmo tempo a avaliação do ensino médio e a seleção de alunos para o ensino superior. Insistir nessa direção não trará grandes avanços para o país.

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