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Por João Batista Oliveira
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As novidades do ENEM 2017

Pouquíssimos egressos de escolas estaduais estão entre os melhores do ENEM. Mas o nível também continua baixando nas escolas das elites brasileiras.

Por João Batista Oliveira Atualizado em 18 jan 2018, 18h59 - Publicado em 18 jan 2018, 18h49

O MEC publicou hoje parte dos resultados do ENEM. Os candidatos tiveram acesso à sua nota, e a sociedade recebeu algumas informações para refletir sobre os resultados globais. Os dados disponibilizados pelo INEP – embora limitados – já permitem algumas observações para suscitar o debate.

Primeiro vejamos os grandes números. Houve queda significativa no total de participantes inscritos – de 8,6 para 6,7 milhões entre 2016 e 2017. Houve também uma queda de 115 mil alunos da rede pública que efetivamente realizaram a prova – muitos se inscrevem, mas não fazem todas as provas. Foram 1.219.188 em 2016 versus 1.104.896 em 2017. Do total, menos de um terço dos participantes são concluintes do Ensino Médio. Portanto, o ENEM não é propriamente uma avaliação do Ensino Médio.

Segundo, os avanços e retrocessos. Conforme ilustrado no quadro 1, os resultados melhoraram bastante em Matemática e Ciências da Natureza, mas pioraram em Ciências Humanas e tiveram uma piora menor no que se denomina Linguagens e Códigos – nota combinada de Língua Portuguesa e Inglês.

Quadro 1

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Notas do ENEM em 2016 e 2017

Linguagens e Códigos Ciências Humanas Matemática Ciências da Natureza
Média 2017 510,2 519,3 518,5 510,6
Média 2016 520,5 533,5 489,5 477,1
Diferença -10,3 -24,2 +29.0 +33,5

Fonte: MEC/INEP – Elaboração IDados

Terceiro, o que significam essas melhoras? Quem melhorou? O quadro 2 apresenta a dispersão dos resultados e nos ajuda a responder essa questão.

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 Quadro 2

Dispersão dos resultados do ENEM, 2017

% abaixo de 400 pontos % entre 400 e 600 pontos % acima de 600 pontos % acima de 700 pontos
2016 2017 2016 2017 2016 2017 2016 2017
Linguagens e Códigos 4,5 6,1 83,4 86,4 12,1 7,5 0,1
Ciências da Natureza 11,8 4,7 81,4 83,3 6,8 12,0 0,6 0,6
Ciências Humanas 4,1 7,6 76,8 75,1 19,0 17,3 1,0 0,8
Matemática 18,9 11,8 66,1 66,8 15,0 21,4 4,4 6,3

 Esse quadro mostra que:

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  • Em Linguagens e Códigos e Ciências Humanas, em que as médias diminuíram, aumentou a quantidade de pessoas nos níveis mais baixos e diminuiu a quantidade nos níveis mais elevados da distribuição. Ou seja, houve uma piora geral.
  • Em Ciências da Natureza e Matemática, em que as médias aumentaram, há menos alunos nos níveis mais baixos e mais alunos nos níveis mais altos – e ambos efeitos contribuem para o aumento das médias.

A utilidade prática do ENEM é selecionar os alunos para as universidades federais. São quase 300 mil vagas, preenchidas, normalmente, por alunos com 700 ou mais pontos. As duas últimas colunas do quadro mostram a baixa competitividade a que estão expostas as nossas “elites”: muito pouca gente alcança esse nível (1% equivale a aproximadamente 67 mil alunos). Nesse nível há apenas cerca de 400 mil alunos qualificados em Matemática e 70 mil nas outras disciplinas. Destes, pouquíssimos egressos de escolas públicas estaduais. Também na educação escolar é baixo o nível das elites brasileiras. 

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