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Por João Batista Oliveira
O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.
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Ajustes e desajustes no Ensino Médio

Além de um Ensino Fundamental fraco, temos um Ensino Médio com disciplinas demais. Com isso, os alunos não se aprofundam no que sabem bem e no que gostam.

Por João Batista Oliveira Atualizado em 12 set 2017, 09h39 - Publicado em 12 set 2017, 09h39

O Brasil tem dois grandes gargalos na educação. O primeiro é na entrada – os alunos que não saem bem alfabetizados ao final do primeiro ano do Ensino Fundamental dificilmente apresentam uma trajetória escolar adequada. Este problema ainda está fora da agenda – as autoridades brasileiras propõem que o aluno seja alfabetizado até o final do terceiro ano. Os pais que se cuidem!

O segundo é no Ensino Médio. Aí o gargalho é gigantesco. Até o presente momento, o Ensino Médio brasileiro é voltado para o vestibular. Para a maioria dos alunos, vestibular significa ENEM, e, para outros, o vestibular específico de algumas universidades. Além disso, em ambos os casos, os alunos precisam lidar com uma quantidade enorme de disciplinas.

A propalada reforma do Ensino Médio dificilmente irá mudar essa situação. A intenção era boa – promover a diversificação da etapa com uma vertente acadêmica e outra profissionalizante. No caso da vertente acadêmica, foram propostos quatro percursos: linguagens, matemática, ciências da natureza ou ciências humanas. Haveria escolas especializadas, cursos especializados dentro de escolas e, consequentemente, os alunos poderiam optar entre escolas, cursos e disciplinas – com maior foco, rigor e profundidade. Mas a lei acabou redigida de forma confusa, e ainda predomina no governo a ideia de que todos alunos precisam fazer uma enorme quantidade de disciplinas.

O mundo das escolas privadas é mais ágil e mais pragmático que o das escolas públicas. E basicamente é focado no ensino acadêmico. Com isso, alguns experimentos já estão em curso. Mas, como essas escolas são avaliadas principalmente pelo sucesso no ENEM ou nos outros vestibulares, qualquer iniciativa que elas tomarem estará limitada ao que ficar decidido sobre esses exames. E até agora nada mudou. Portanto, escolas, pais e jovens precisam ter cautela.

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Os resultados do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) mostram que nosso Ensino Médio é muito fraco em relação ao do resto do mundo. Uma das causas disso é que, além de termos um Ensino Fundamental fraco, nosso Ensino Médio tem excesso de disciplinas e, por isso, pouca profundidade. Os alunos não se aprofundam no que sabem bem e no que gostam.

Há vários programas acadêmicos de alta qualidade de Ensino Médio pelo mundo afora. Dentre eles, o mais exitoso é o chamado I.B. – International Baccaléaureat. É um programa para quem gosta de estudar, e a maioria dos alunos desses programas ingressa nas universidades mais competitivas do mundo. Esse programa exige proficiência em inglês, e o aluno só faz 7 disciplinas – 4 com maior profundidade e 3 com menos. Infelizmente, a legislação brasileira impede que uma escola ofereça esse tipo de programa – por exemplo, para fazer o IB no Brasil e ter um diploma de Ensino Médio, os alunos precisam cumprir todos os outros requisitos da legislação. É difícil inovar em um país que dificulta a inovação.

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