Ainda que não tenha a mão do presidente Jair Bolsonaro, a operação de busca e apreensão em endereços ligados a Luciano Bivar e ao PSL em Pernambuco, como parte das investigações sobre uso de laranjas para o desvio dinheiro público em campanhas eleitorais, dá margem a Bivar levantar essa suspeita e, com isso, colocar a briga entre ele e o presidente em outro patamar, muito mais perigoso.
Cacique partidário há mais de 20 anos, Bivar é experiente no trânsito pelo campo dos negócios de locação de legendas a candidatos e, se tiver informações, digamos, desconfortáveis para a campanha presidencial de Jair Bolsonaro, não hesitará em usá-las. O despertar de iras pessoais nesse setor, notadamente quando envolvem o montante de dinheiro que está no centro dessa briga entre Bolsonaro e o PSL, podem deflagrar crises que não estavam no radar dos contendores.
O escândalo do mensalão, cumpre lembrar, foi deflagrado por uma ação do governo Lula na denúncia de corrupção contra o PTB então presidido por Roberto Jefferson, cuja reação teve efeitos jamais imaginados por José Dirceu, apontado como o arquiteto da escaramuça contra os petebistas.