Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Dora Kramer Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Coisas da política. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Todo mundo e ninguém

No barco à deriva das eleições não há vaga no bote salva-vidas

Por Dora Kramer Atualizado em 20 abr 2018, 06h00 - Publicado em 20 abr 2018, 06h00

Com Luiz Inácio da Silva fora do elenco, a esquerda tem um problema. Sem dúvida alguma ele seria muito maior se o restante da representação partidária também não estivesse em enrascada semelhante. Nesse barco à deriva no cenário eleitoral não há lugar garantido no bote salva-vidas para nenhum dos navegantes ora embarcados.

O horizonte é névoa pura, e as pesquisas tomadas como bússola não apontam indicadores confiáveis. Em boa medida porque pesquisadores comprometidos com hipóteses e analistas compelidos pela necessidade de dar significado aos números por vezes não levam em conta variantes indispensáveis à consistência das análises e/ou deixam de lado os fatos.

A mais eloquente dessas evidências é aquela que considera isso ou aquilo “se” Lula for candidato. Trata-se de uma condicionante inexistente, o que faz do nome dele nas pesquisas uma distorção fática. Desde já inelegível, o ex-presidente só faz parte do rol de concorrentes no faz de conta petista cujo roteiro aceita desde o registro da candidatura até a cantilena do “candidato, mesmo preso”. Isso ocorre não por algum dos vários distúrbios graves de percepção que acometem a turma, mas por falta de opção eleitoral competitiva e de história melhor para contar no acampamento.

No cotejo com a realidade e, portanto, com a razão, temos outro fato a ser descartado: Manuela D’Ávila e Guilherme Boulos como alternativas a ser encarnadas pelo PT compuseram a cena do derradeiro discurso e nada mais. Mais um: os petistas Fernando Haddad e Jaques Wagner. O primeiro, com a prefeitura nas mãos, perdeu a reeleição em primeiro turno em 2016. O segundo é investigado, não está a fim de maiores exposições e, além disso, é autor da seguinte frase, dita em 2008: “A popularidade de Lula não é capaz de eleger postes”.

Errou no tocante a Dilma Rousseff. Nesse aspecto, há algo a ponderar sobre a celebrada capacidade do ex-presidente de transferir votos. Lula elegeu a sucessora em 2010, mas em 2014 quase fracassou nesse intento. E vejam o senhor e a senhora: com o PT na Presidência, cheio do dinheiro, com marqueteiro de luxo e desprovido de escrúpulos, o chefe disponível para fazer e acontecer, quase que a candidata dele perde a eleição. Ganhou por um triz, com dianteira de pouco mais de 3 pontos porcentuais.

Continua após a publicidade

É de perguntar: qual a chance de um resultado positivo com o PT destroçado, sem dinheiro e seu único ativo na cadeia? Por mais que na pesquisa de agora 30% dos consultados digam que votariam “com certeza” em nome indicado por Lula e 16% registrem um “talvez”, intenções transitam num campo fictício.

A outra dimensão pertencem as convicções a ser formadas a partir do desempenho dos candidatos no desenrolar da campanha. Jair Bolsonaro precisará ultrapassar o nicho da truculência; Marina Silva, aterrissar do sonho; Ciro Gomes, serenar palavras, ações e pensamentos; e Joaquim Barbosa, convencer o eleitorado de que sabe mais de Brasil além da óbvia necessidade de o país enquadrar colarinhos-brancos aos bons costumes.

Publicado em VEJA de 25 de abril de 2018, edição nº 2579

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.