O Centrão subiu de patamar, mas a chegada do senador Ciro Nogueira (PP-PI) à Casa Civil, gabinete mais importante do governo depois do presidencial, não é fato novo numa aliança firmada há um bom tempo.
Tampouco pode ser vista como a consolidação definitiva dessa união, pois não se sabe até quando o Centrão estará com o presidente Jair Bolsonaro, dada o caráter pragmaticamente volúvel do grupo hoje majoritário no Congresso.
Pode melhorar a articulação do governo no encaminhamento de votações, mas não determina alterações de rumo, pois essas são dadas por atos e palavras do presidente. Portanto, não é da Casa Civil que sairá a solução para a difícil situação em que se encontra Bolsonaro. Faz mais sentido ocupar aquele gabinete um senador experiente que o general, mas é só.
A CPI da Covid, por exemplo, não alterará seu itinerário nem seus métodos por causa disso. Ciro Nogueira era titular da comissão, mas pouco aparecia por lá. Não fará falta, também não terá capacidade de, no bastidor, influenciar os trabalhos da maioria oposicionista na CPI.
Por fim, Onyx Lorenzoni na nova pasta do Trabalho e Previdência. Candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Onyx ganha mais uma vitrine, mas é de se perguntar o que poderá esperar o país de um personagem que já passou pela Casa Civil, ministério da Cidadania e Secretaria-Geral da Presidência sem que dele se conheça nenhum feito.
Ou melhor, há um bem conhecido: a participação dele num raivoso pronunciamento oficial denunciando como falso um documento (nota fiscal para aquisição de vacinas inexistentes) que era verdadeiro. Notabilizou-se pelo vexame.