Razões paroquiais
É torto o raciocínio de governadores e prefeitos que não querem ser incluídos na reforma
Tem alguma coisa errada no raciocínio de governadores e prefeitos que não querem ver estados e municípios incluídos na reforma da Previdência por razões político-eleitorais. O argumento é o de que a reforma traz desgaste junto ao eleitorado o que pode acabar favorecendo os respectivos adversários tanto nas eleições municipais do ano que vem quanto nas estaduais de 2022.
Ora, as pesquisas indicam aumento significativo de apoio popular à reforma e, portanto, a lógica diz que sua aprovação renderia mais bônus que ônus. Além disso, há a situação objetiva das contas. A crise fiscal dos estados só se agrava quanto mais for adiada a modificação nas regras da Previdência.
Caso não sejam incluídos na reforma por meio de destaque de votação em plenário, estados e municípios não escaparão de fazer as mudanças no âmbito local. Isso se não falirem antes o que, convenhamos, não seria do agrado dos eleitores.
De onde só se pode concluir que suas excelências estaduais e municipais interessadas em liquidar a questão no Congresso estejam querendo apenas empurrar o abacaxi para os sucessores.