Não se pode dizer que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não tenha razão nas críticas que faz aos ministros da Educação e do Meio Ambiente, Abraham Weintraub e Ricardo Salles, duas das mais evidentes incompetências com expediente no governo, mas não é usual esse tipo de censura explícita a não ser quando presidentes da Câmara e da República estão em guerra aberta.
Pois é esse ambiente de conflito que Maia parece estar querendo estabelecer na sua relação com o chefe do Executivo. Há uma razão política: o deputado terá em 2020 seu último ano como presidente da Câmara e já constrói o cenário de atuação futura sem perder o protagonismo.
Ele poderia se empenhar numa mudança da Constituição que lhe permitisse pleitear mais um mandato, mas o caminho é incerto e desgastante. A fim de não voltar à planície política Rodrigo Maia pretende atuar como um dos principais articuladores de uma candidatura de centro à Presidência da República, cujos pretendentes mais destacados são hoje o governador João Doria e o apresentador Luciano Huck.
Um dos atributos para tal exercício é a posição marcadamente oposicionista a Jair Bolsonaro. Daí a subida de tom.