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Fuga de capital amador

Estranhos no ninho da política deixam o jogo na mão de profissionais

Por Dora Kramer Atualizado em 18 jun 2018, 11h47 - Publicado em 11 Maio 2018, 06h00

Com a desistência de Joaquim Barbosa, já são três os nomes que deixam de frequentar as listas de inicial e precipitadamente cogitados como candidatos à Presidência desta conturbada República. Dois por vontade própria e um por imperativo legal, em decorrência da autoria de crimes.

A ironia da coisa é que Barbosa e Luciano Huck depositaram armas voluntariamente, enquanto os correligionários de Luiz Inácio da Silva aguardam inutilmente que alguém pegue em armas a fim de anular a decisão da Justiça que retirou o ex-presidente do páreo e o pôs numa sala da Polícia Federal em Curitiba, para tornar realidade a fantasia de “Lula candidato, mesmo preso”.

A carruagem eleitoral começa a ganhar velocidade e, pelo andar da diligência, a tendência é que o quadro de candidatos seja mais reduzido que o previsto e composto de menos novatos que o esperado, embora a imprevisibilidade quanto a resultados se mantenha. Ou talvez seja até maior.

Os desistentes tinham em comum a oposição da família, a inexperiência no ramo admi­nistrativo-político-eleitoral-partidário e um enorme capital profissional a ser posto em risco nas respectivas atividades. Foram prudentes na avaliação de que o momento poderia não ser favorável a amadores, inclusive no que tange à hipótese de vitória.

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Huck avisou que vai de alguma forma participar do processo, mas Barbosa indicou mais uma vez desapreço pelo tema, podendo não apenas se manter distante como de novo viajar para fora do país no dia da eleição. Permanece, nesse aspecto, o enigma: por que, então, há pouco mais de um mês se filiou ao PSB? Talvez tenha feito um teste no qual obteve resultado negativo ao perceber o grau de resistência interna e a intensidade do bombardeio a que seria submetido.

O cenário redesenha um jogo em que preponderam os mais experientes no ramo, que, exatamente por serem profissionais, devem buscar o apoio deles na tentativa de lhes herdar os presumidos votos. É duvidosa a capacidade de transferência tanto de Huck quanto de Barbosa, dada a falta de tradição e continuidade de ambos no trato com o eleitorado.

Quem sabe até venham a inspirar sentimentos de nostalgia fictícia, pela suposição do que poderiam ser sem ter sido, mas isso ocorreria de maneira difusa, nada relevante do ponto de vista de massa de votos. Impossível, portanto, dizer para quem vão as intenções desse ou daquele nas pesquisas.

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Perfeitamente factível, porém, é a projeção do futuro bem próximo no qual Michel Temer e Henrique Meirelles não estarão na urna, pois não será desta vez que o MDB abrirá mão de uma aliança com esperança em benefício de uma derrota certa. Rodrigo Maia (DEM) tampouco, dado que de louco, como o pai (Cesar Maia), o garoto presidente da Câmara só tem o marketing.

Jair Bolsonaro minguará a ponto de nos presentear com a única legislatura, em sete anteriores, que não estará de volta à Câmara, e tudo o mais será de responsabilidade exclusiva do eleitor consciente e participante ativo, despido do charmoso e inútil figurino do espectador engajado.

Publicado em VEJA de 16 de maio de 2018, edição nº 2582

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