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Em frangalhos

Sortudo, Bolsonaro assume com PT delirante e PSDB agonizante

Por Dora Kramer Atualizado em 18 jan 2019, 07h00 - Publicado em 18 jan 2019, 07h00

Jair Bolsonaro é um homem de sorte. Além de eleito sob o signo do improvável, assume o governo na circunstância em que os dois partidos que lhe poderiam fazer oposição se encontram em estado de invalidez grave. O PSDB à beira da dissolução física e o PT no limiar da dissipação mental. Este delira e aquele agoniza sem que o atual presidente tenha tido participação ou possa ser apontado como o responsável direto pela situação da qual, não sendo agente, ainda assim é beneficiário.

Não que o governo Bolsonaro tenha por isso sucesso garantido. Para ele, o êxito ou o fracasso dependem antes do conjunto de fatores internos que dos obstáculos externos a ser produzidos por tucanos e/ou petistas hoje relegados à completa irrelevância. Nada do que diga o PT ou do que faça o PSDB tem importância. Isso dito de dois partidos que dominaram a cena política até anteontem e por praticamente três décadas atuaram na dinâmica do contraponto, galvanizando posições e emoções.

Pareceu que de uma hora para outra viraram pó. O repente, no entanto, foi apenas aparente. A derrocada obedeceu a um processo longo e ao cumprimento de um roteiro de autodestruição alicerçado em equívocos. Os pilares do desastre o PSDB construiu no menosprezo à força da ausência de caráter do adversário e na confiança ilusória da própria superioridade moral. Tucanos achavam-se irretocáveis até que o mensalão e a Lava-Jato lhe bateram à porta.

Petistas se consideravam imbatíveis até ser abatidos no voo breve da candidatura Fernando Haddad, decorrente do devaneio de que Lula preso alimentaria o movimento Lula Livre e libertaria o partido dos crimes cometidos.

Pois hoje está o PSDB nas mãos de um ambicioso arrivista disposto a entregar o partido a quem se disponha a inflar seu projeto de chegar à Presidência da República, com seus fundadores ainda restantes perguntando-se o que fazer, sem perceber que não há nada a fazer, pois lhes foram cortadas as cordas vocais. Seus próceres tradicionais falam, e ninguém os ouve.

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Os tucanos de recente geração não estão nem aí para o que diz Fernando Henrique Cardoso, lixam-se para as ponderações do único e mais qualificado intelectual com passagem pela Presidência, cujo vacilo maior (e definitivo) foi ter cedido ao pragmatismo de Sérgio Motta no embate pela reeleição no próprio mandato.

Os petistas se consideravam inimputáveis até a prisão de Lula. A partir daí descompensaram de vez, começando e terminando pela escolha de Gleisi Hoffmann para presidente do partido. Casada com Paulo Bernardo, ele um dos petistas mais ponderados e ela mesma uma chefe da Casa Civil de ideias e comportamento bastante razoáveis, Gleisi tomou o rumo da falta de juízo, recentemente seguida por Haddad, que aderiu à dinâmica bolsonarista de trocar piadas via internet.

Pelo visto, houve a opção pelo perdido por um, perdido por mil. Como a presença de Gleisi na posse de Nicolás Maduro como se não houvesse nada mais a perder e nenhuma disposição em investir na recuperação de um projeto que deixou de ter adeptos para reunir fanáticos com os quais não se vai a lugar algum.

Publicado em VEJA de 23 de janeiro de 2019, edição nº 2618

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