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A guerra continua

Faltou e ainda falta, de parte a parte, uma convocação à civilidade entre cidadãos adversários

Por Dora Kramer Atualizado em 29 out 2018, 13h06 - Publicado em 29 out 2018, 09h47

O presidente eleito e o candidato vencido ficaram devendo e deixando muito a desejar em suas manifestações logo após a divulgação do resultado da eleição. Tudo bem, 2018 ainda não terminou, há tempo embora não pareça haver disposição de parte a parte de encerrar o ciclo de embates eleitorais.

Nenhum dos dois oponentes foi o que seria de se esperar de pessoas com noção de Estado. Isso para não dizer que Jair Bolsonaro nem Fernando Haddad se posicionaram como estadistas, qualificativo que seria demais esperar dado o histórico de ambos durante a campanha. Haddad foi ainda mais deselegante que Dilma Rousseff que em 2014 sequer citou o adversário Aécio Neves em seu primeiro discurso após a vitória. A boa educação aconselharia menção, mas o protocolo exige mesmo é que o derrotado se dirija ao vitorioso num gesto de respeito ao resultado e, sobretudo, ao eleitorado contrário.

O petista alegou que as agressões verbais sofridas por parte do oponente durante o processo não permitiram o cumprimento. Recusou-se à formalidade tendo dias antes pedido muito mais que um aceno de Fernando Henrique, Marina Silva e Ciro Gomes, três personagens intensamente agredidos pelo PT. Pode ser que Haddad tenha evitado o cumprimento para atender a anseios de uma militância acirrada. Se foi isso perdeu a oportunidade de acenar para um público mais amplo: aquele que optou por ele pela escolha não do preferido, mas no menos pior. Assim, prosseguiu na estreiteza e pregou para seus radicais.

Grave, mas menos que a bitola pela qual transitou Bolsonaro, falando em combate ao comunismo e só se referindo a um “governo para todos” na terceira manifestação, certamente lembrado de que era necessário fazê-lo. Na espontaneidade do primeiro pronunciamento não o fez. Ao contrário, manteve um indisfarçável tom irritadiço e belicoso. Mais que o derrotado, o vitorioso estava obrigado a mostrar mais estendidas. Se não a uma conciliação que soaria artificial na realidade ainda acirrada, pelo menos ao início de um processo civilizatório de relações entre cidadãos adversários.

Ambos começaram mal, o que não significa que não possam aperfeiçoar as condutas de modo a servir de exemplo aos respectivos seguidores (na acepção digital do termo, mas não só) que em algum momento terão de tomar consciência de que são as lutas e não a guerra que deve continuar. Do modo como se portaram aquele que comandará a situação e o outro que por hora foi o porta-voz da oposição ficou claro que ainda há léguas a percorrer antes que o país consiga respirar sem sobressaltos.

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