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Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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Transplante de pulmão leva médico e paciente a se infectarem com Covid

Doadora havia testado negativo no exame RT-PCR, mas acabou sendo apontada como a fonte de contaminação pelo novo coronavírus

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 fev 2021, 11h53

27 de fevereiro, 10h32: Durante a pandemia, casos de doação de sangue e transplante de órgãos, por exemplo, caíram consideravelmente. No Brasil, a baixa de doadores de sangue e plasma pode ter chegado a até 20%, segundo estimativas do Ministério da Saúde. Os transplantes desabaram 34% no ano passado. Agora um caso recente de transplante em meio à aceleração de casos de contágio pelo novo coronavírus acendeu um sinal de alerta sobre o muito do que ainda não sabemos sobre o microorganismo responsável, até esta sexta-feira, pela morte de cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo.

Um estudo publicado na revista da Associação Americana de Cirurgiões de Transplante relatou um caso em que uma pessoa recebeu um pulmão de uma doadora e, após o procedimento, tanto o paciente quanto o médico que manipulou o órgão na cirurgia acabaram contaminados pelo novo coronavírus. O transplantado não resistiu e morreu.

Segundo os cientistas que analisaram o caso, a história foi a seguinte: uma mulher do meio-oeste americano sofreu um grave acidente de carro e teve importantes lesões cerebrais que a levaram à morte cerebral em dois dias. Ela não tinha histórico clínico que indicasse ter sido contaminada antes com a Covid-19 e não havia indicativos, de acordo com o relato de familiares da doadora, de viagem recente, febre, tosse, dor de cabeça ou diarreia. Para o transplante, foi feito um teste do tipo RT-PCR cujo resultado foi negativo, mas não foi realizado nenhum exame do trato respiratório inferior da doadora antes da cirurgia.

A pessoa que recebeu o pulmão doado desenvolveu, três dias após o procedimento cirúrgico febre, hipotensão e um quadro de infiltrado pulmonar, situação em que pus, edemas, sangue ou proteínas, por exemplo, se alojam no pulmão. A equipe médica havia considerado o procedimento de transplante “descomplicado”, e o paciente se recuperava com ventilação mecânica e baixa necessidade de oxigênio. Até que o quadro mudou. O teste RT-PCR deu negativo, mas o vírus foi detectado em exames do fluido de lavagem broncoalveolar. Houve falência múltipla de órgãos, e o receptor do órgão morreu.

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Cinco dias depois, um cirurgião torácico que participou da cirurgia e preparou o pulmão para o transplante também acabou infectado. Exames comprovaram que a doadora era a fonte de contaminação. Os demais profissionais que participaram do transplante não foram infectados.

Após esse caso, a recomendação dos pesquisadores é a de que centros de transplante realizem testes para detectar Covid-19 com amostras do trato respiratório inferior de potenciais doadores de pulmão e considerem também usar equipamentos de proteção individual (EPI) aprimorados durante o procedimento cirúrgico. Mais uma triste lição desta pandemia que, no Brasil, dá sinais de que não tem hora para acabar.

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