Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Diário da Vacina Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
Continua após publicidade

Se outra vacina ficar pronta antes, nós, voluntários, morreremos na praia?

Pergunta foi uma das primeiras depois que decidi ser voluntária nas pesquisas científicas em busca de um imunizante contra a Covid-19

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 dez 2020, 10h36 - Publicado em 5 dez 2020, 10h22

5 de dezembro, 8h06: Tenho plena confiança de que teremos várias vacinas, em um prazo relativamente razoável, para proteger a população contra o novo coronavírus. Reino Unido e França começam nas próximas semanas a imunizar seu povo e, no Brasil, como já sabemos, serão priorizados profissionais de saúde, idosos, indígenas, pacientes com comorbidades, pessoas que vivem em instituições psiquiátricas ou de repouso, professores e a população carcerária. Pode parecer egoísmo, mas se vacinas concorrentes ficarem prontas antes e forem distribuídas à população, nós, voluntários, ficaremos em nossos estudos clínicos até que o imunizante que estamos ajudando a desenvolver também fique pronto? Morreremos na praia?

Esta foi uma das primeiras perguntas que ouvi depois de anunciar que era voluntária nas pesquisas científicas do braço farmacêutico da Johnson & Johnson: “Se o governo de São Paulo prepara a CoronaVac para aplicar em seus residentes a partir de janeiro, você vai esperar a dose do seu estudo até o fim?” Confesso que fiquei sem resposta. Consulto o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que é uma espécie de conjunto de regras que recebi ao tomar a minha dose, no Rio, no dia 17 de novembro. Posso deixar o estudo no dia que quiser, na hora em que quiser, com ou sem motivo, com ou sem vacina concorrente.

O fármaco da Janssen-Cilag terá sua eficácia anunciada em breve – possivelmente quando chegarmos ao “número mágico” – e a tendência é que haja um pedido para uso emergencial junto à Anvisa, colocando mais um imunizante à disposição das autoridades sanitárias.

Para entender por que devemos ter o maior número possível de vacinas, ouvi a bióloga e diretora-presidente do Instituto Questão de Ciência, Natalia Pasternak. Ela virou uma espécie de oráculo nestes tempos tão difíceis. “A gente sempre soube que não ia ser possível ter uma vacina única para esta doença nem no Brasil nem no mundo. É um assunto que vai ter que ser muito bem comunicado para que a população entenda que uma vacina que precisa viajar para regiões muito remotas precisa chegar nesses locais com a eficácia ainda intacta. Pode ser a vacina que não tenha a maior eficácia, mas é a possível naquelas circunstâncias e para aquela região. Pode ser que tenhamos vacinas com eficácias diferentes dependendo da faixa etária, com a possibilidade de uma ser melhor para jovens e outra ser melhor para idosos”, disse ela ao blog.

Continua após a publicidade

8h31: É um estímulo para que nós, voluntários, continuemos firmes nas pesquisas. A vacina boa para meu vizinho pode não ser ideal para o meu pai idoso. Os estudos precisam e vão continuar.

Nota mental: A vacina experimental da Johnson & Johnson é de dose única. As demais não são. Mais um estímulo para que não abandonemos o barco.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.