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Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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Por que é importante ter um grande número de vacinas contra a Covid?

A guerra para que as vacinas funcionem para todo tipo de paciente e o primeiro telefonema da equipe médica para saber se está tudo bem

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 nov 2020, 11h49 - Publicado em 24 nov 2020, 08h32

23 de novembro, 12h15: Recebo o primeiro telefonema da clínica onde tomei, no dia 17, a dose da vacina experimental da Janssen. Do outro lado da linha, dois médicos querem saber se me senti mal e se tive febre, dores ou algum sintoma de Covid – o aplicativo com relatos diários continua fora do ar. Explico detalhadamente o day-after da vacina, quando cada centímetro do corpo doía de um jeito até então desconhecido para mim. A dor era muito incômoda – como a sensação de ter sofrido um acidente de carro – mas não incapacitante. Não tomei analgésicos e tampouco fiquei de cama. Nada para maiores preocupações.

“Não podem ter sido o estresse, a correria em aeroportos, o dia longo em que aguardou para receber a dose?”, me pergunta Luis Augusto Russo, pesquisador principal do estudo no Instituto Brasil de Pesquisa Clínica (IBPClin). Acho improvável. Fiquei mais de 24 horas sem grandes atividades do momento em que recebi a injeção no braço esquerdo até o embarque em um voo Rio-Brasília de volta para casa. Mais especificamente, 25h40. Eles anotam meu relato e vão avaliar se a dor generalizada no corpo naquele dia tem ou não relação com o estudo clínico.

O noticiário é tomado por informações sobre a evolução das pesquisas científicas em busca de vacinas contra a Covid. A humanidade está eufórica com a possibilidade de dois imunizantes – o da Pfizer/BioNTech e o da Moderna – terem eficácia acima de 94% nos ensaios da fase 3, a última antes de receber autorização de agências de saúde para a aplicação em massa à população. Dona Marluce Diniz, a voluntária de 84 anos que participa do projeto desenvolvido pela parceria Oxford/AstraZeneca, ficou particularmente emocionada com a informação de que as vacinas se mostraram eficientes também em idosos como ela.

Nem toda vacina funciona para todo tipo de paciente. Há aquelas que não podem ser aplicadas em crianças, me diz o doutor Russo. Outras que talvez provoquem reações mais sérias em idosos, completa ele. Laboratórios de todo o mundo fazem suas pesquisas para que, se um imunizante não for perfeito para determinado grupo, cientistas ajudem a descobrir outro que garanta cobertura também àquela parcela da população. A verdade é que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 10% das vacinas que são testadas no mundo acabam produzindo efeitos imunizantes. Na pandemia, todos estão unidos para derrubar esta estatística.

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Por isso é tão importante que seja descoberto o maior número possível de vacinas contra a Covid e que, idealmente, elas forneçam proteção para um grande espectro da população. “Existe um esforço conjunto global para se produzir uma vacina. Não existe a vacina da Rússia, a da China, a dos Estados Unidos e a do Brasil. Existem vacinas que vão dar certo”, me diz o doutor Russo em um misto de otimismo e realismo nesta grande corrida global para conter a pandemia. Também precisamos do maior número possível de vacinas que funcionem porque, pelo menos até agora, o Ministério da Saúde diz ter acordos contratuais para o acesso a 142,9 milhões de doses de imunizantes anti-Covid. o que cobriria aproximadamente um terço da população (já que algumas vacinas precisam de mais de uma aplicação).

16h43: Consigo para o dia seguinte uma consulta de encaixe para fazer um checkup. Quero ter certeza de que qualquer eventual paranoia da minha cabeça não tem relação com a experiência como voluntária da vacina.

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