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Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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As diferentes orientações sobre usar máscaras em exercícios ao ar livre

OMS e Centro de Controle de Doenças dos EUA dizem que intensidade dos exercícios deve ser considerada; especialistas defendem máscaras para todos

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 fev 2021, 12h23

4 de fevereiro, 9h03: “A senhora está se envenenando com seu próprio gás carbônico”, me disse um homem de cerca de 40 anos após eu ter tirado satisfações sobre o motivo de ele não estar usando uma máscara na ciclovia em que me exercito na região central de Brasília. Além do risco iminente de agressão física a cada vez que reclamo com uma pessoa que, após um ano de pandemia, ainda flerta com o negacionismo, há uma grande dose de receio quando se trata do uso de máscaras durante atividades físicas. Um dos principais motivos é o fato de importantes autoridades sanitárias, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, elencarem uma série de fatores a serem considerados – histórico de doenças e de condições respiratórias, por exemplo, ou intensidade da atividade física – quando uma pessoa se propõe a fazer exercícios ao ar livre ao lado de outras enquanto o novo coronavírus circula livremente. Mas, não, a pessoa que usa máscaras durante a atividade física não se envenena com o próprio gás carbônico, como disse o aspirante a atleta desta manhã.

Segundo o CDC, usar uma máscara não aumenta o nível de dióxido de carbono no ar que fica dentro da máscara. Isso porque o gás carbônico é pequeno o suficiente para atravessar as fibras de qualquer material de máscara de tecido. Em sentido contrário, o coronavírus pode não passar tão facilmente através de uma máscara de tecido usada da forma correta. De forma correta não inclui fazer caminhadas com o equipamento de proteção no queixo, na orelha, pendurado na mão, na testa ou displicentemente deixado em casa. Médicos da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, afirmam que não é verdade que o dióxido de carbono da expiração fica preso sob o pano e poderia deixar a pessoa doente. “As máscaras devidamente ajustadas oferecem fluxo de ar adequado, ao mesmo tempo que cobrem o nariz e a boca. Isso torna o acúmulo de dióxido de carbono impossível”, diz o guia de orientação sobre a pandemia feito pela entidade.

O receio de pessoas usarem máscaras durante exercícios físicos em boa parte está apoiado em uma orientação da OMS. De acordo com a entidade, “mesmo quando você estiver em uma área de transmissão de Covid-19, máscaras não devem ser usadas durante exercícios físicos vigorosos”. É controverso, mas reparem na ressalva de os exercícios serem “vigorosos”. Caminhada, bate-papo na ciclovia, corrida leve, pular corda, correr atrás de crianças, nada disso é considerado exercício físico vigoroso. Portanto, as máscaras são mandatórias. E um exemplo de civilidade e preocupação consigo e com o próximo.

As recomendações da OMS contra o uso de máscaras durante atividades físicas de alto desempenho foram atualizadas em dezembro, mas são alvo de críticas de especialistas. Como estudos científicos demonstraram que um importante fluxo de contágio pelo novo coronavírus acontece pelo ar, sair pelas ruas para se exercitar sem máscaras é uma temeridade. “Novos estudos mostram que a exalação de gotículas que podem conter o coronavírus pode chegar a até oito metros. Quanto maior a força de exalação, por exemplo, em uma atividade física intensa, essa exalação pode alcançar ainda mais metros. Por isso especialistas e novos artigos têm defendido que para quem vai fazer atividade física ao ar livre o ideal é usar máscara e manter um distanciamento de, no mínimo, cinco metros das demais pessoas”, disse ao blog a especialista em Biossegurança Melissa Markoski, da Rede Análise Covid-19.

“Uma máscara de tecido é recomendada durante os exercícios físicos ao ar livre como barreira física tanto contra a exalação de gotículas para não contaminar outras pessoas quanto como uma barreira contra as gotículas exaladas por pessoas que cruzem por você durante uma caminhada ou corrida”, completa ela.

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