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De direitos humanos à agricultura: onde os partidos mandam na Câmara

Legendas dominam comissões temáticas e, assim, conquistam o poder de controlar a pauta sobre as áreas nas quais concentram seus interesses políticos

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 abr 2018, 22h41

Políticas de direitos humanos passam sempre pelo crivo do PT. Se for agricultura, a bola está com o PP e nos transportes é o PR quem dá as cartas. A divisão da Câmara dos Deputados por comissões temáticas permitiu aos partidos que dominem a pauta em alguns setores.

Funciona assim: de acordo com o tamanho proporcional de sua bancada, cada legenda negocia com as demais quantos e quais espaços vai ocupar na divisão, refeita a cada ano. O objetivo das comissões é que nem todos os deputados precisem discutir tudo mais a fundo, apenas os temas de seu interesse.

A plataforma InteliGov, de inteligência em relações governamentais, mapeou a composição dos órgãos e permitiu verificar as áreas de influência de cada um.

São muitos os motivos que levam as legendas a escolherem determinadas comissões. No caso do PT, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) virou absoluta prioridade desde que, em 2013, o PSC conseguiu o direito de presidi-la. Então filiado ao partido, o deputado Pastor Marco Feliciano (SP) comandou o colegiado fazendo avançar pautas contrárias aos movimentos sociais, em especial o LGBT.

Desde 2014, os petistas reassumiram o comando da comissão e inverteram a pauta, passando a bloquear projetos contrários aos grupos com os quais o partido tem identidade. Hoje, a legenda tem tanto o presidente, Luiz Couto (PT-PB), quanto o vice-presidente, Marcon (PT-RS), além de sete dos 17 membros titulares. O PT também influencia outra comissão, a de Educação, que divide com o PSDB.

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Há mais de quinze anos, o PR influencia a área dos transportes em diversas esferas de gestão. No governo federal, assumiu o respectivo Ministério já no começo do governo Lula, com Anderson Adauto, e nunca mais largou. Nem quando Dilma Rousseff promoveu a sua famosa “faxina” em 2011: Alfredo Nascimento caiu envolto em acusações, mas foi substituído por Paulo Sérgio Passos, filiado, é claro, ao PR.

Na Câmara, a situação se repete. O partido não está presente na Comissão de Educação, mas tem nada menos do que dez na Comissão de Viação e Transportes (CVT). No governo Michel Temer, o partido continua administrando o setor, primeiro com Maurício Quintella, que deixou o cargo de ministro no final do mês para disputar as eleições e, mais recentemente, com Valter Silveira, ligado à legenda.

Quando o assunto é agricultura, não é apenas o ministro Blairo Maggi que tem poder de ampliar os interesses dos parlamentares do PP: dez dos 42 integrantes da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) são membros do partido. Tanto o presidente, Dilceu Sperafico (PP-PR), quanto o 1º vice-presidente, Evair de Melo (PP-ES), vêm dos quatros da legenda.

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As comissões temáticas têm o poder de dar o tom para o trabalhos legislativos em cada segmento. Isso porque cabe a elas fazer a “análise de mérito”, a pertinência de cada projeto dentro das áreas de atuação. O objetivo é unir esse parecer com as análises jurídica (Comissão de Constituição e Justiça) e financeira (Comissão de Finanças e Tributação) e permitir que o plenário faça discussões mais céleres sobre cada questão.

O mapa das Comissões

Agricultura – PP (10 de 42 deputados)
Ciência e Tecnologia – PRB (6 de 29 deputados)
Cultura – PT (3 de 15 deputados)
Consumidor – PRB e Pros (3 de 21 cada)
Mulher – PT (3 de 16 deputados)
Idoso – PT, PSB, PSDB, PSC (2 de 17 deputados cada)
Pessoa com Deficiência – PSDB (4 de 18 deputados cada)
Urbanismo – PT (3 de 11 deputados)
Desenvolvimento Econômico – MDB (4 de 20 deputados)
Direitos Humanos – PT (7 de 17 deputados)
Educação – PT (8 de 36 deputados)
Esporte – MDB e PSD (3 de 23 deputados cada)
Fiscalização Financeira – Podemos (3 de 14 deputados)
Integração Nacional – MDB, PT e DEM (3 de 19 deputados)
Legislação Participativa – PDT (5 de 17 deputados)
Meio Ambiente – MDB (3 de 18 deputados)
Minas e Energia – PP (6 de 36 deputados)
Relações Exteriores – PSDB (8 de 32 deputados)
Segurança Pública – PR (4 de 30 deputados)
Seguridade Social e Família – DEM e PSDB (7 de 51 deputados cada)
Trabalho – PT, PTB e PDT (3 de 21 deputados cada)
Turismo – PSB (4 de 21 deputados)
Transportes – PR (10 de 34 deputados)

 

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