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Mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é presidente institucional do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Hospital Albert Einstein
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Pandemia pode atrasar diagnósticos e tratamento contra o câncer de mama

A campanha mundial Outubro Rosa é um chamado importante para toda a sociedade se conscientizar da importância da prevenção

Por Claudio Lottenberg
25 out 2021, 20h17

Para combater o câncer de mama são necessários exames periódicos e acompanhamento frequente com o médico. A campanha Outubro Rosa surgiu na década de 1990 para conscientizar as pessoas da necessidade de obter diagnóstico precoce. Mas o cenário hoje é desafiador: o câncer de mama foi o que mais cresceu em 2020 (11,7%), segundo levantamento do Observatório Global do Câncer (GCO, na sigla em inglês), divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Foram 2,261 milhões de casos, diz o documento. Para que se possa avaliar esse dado em perspectiva, basta ver que o câncer de mama superou o de pulmão, que cresceu 11,4% e chega a 2,206 milhões.

É inegável o peso que a pandemia da Covid-19 teve sobre a frequência de exames e consultas de acompanhamento de pacientes. Levantamento recente feito pelo Instituto Avon, em parceria com a organização de jornalismo de dados Gênero e Número, mostrou que em 2020 houve uma queda de 28% nos procedimentos de diagnóstico de câncer de mama em relação a 2019: 1,2 milhão no ano passado contra 1,7 milhão no ano anterior. A pesquisa, feita a partir de dados do DataSUS, mostra ainda queda no volume de mamografias na comparação entre 2019 e 2020. No ano que precedeu a pandemia, a plataforma registrou 3 milhões de procedimentos, número que caiu 40% em 2020, com 1,8 milhão de mamografias realizadas.

Os números apresentados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) são preocupantes. Com relação aos novos casos, o órgão estima o surgimento de mais de 66 mil diagnósticos confirmados de câncer de mama no país, por ano, para o triênio 2020, 2021 e 2022. Trata-se de uma doença em que apenas 5% a 10% dos casos têm origem genética – por isso é tão importante realizar exames preventivos periódicos.

Embora o Brasil já tenha cruzado a marca de mais de 100 milhões de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid-19 (com duas doses ou dose única), e outros países estejam avançando também na imunização, não há um fim em vista para a pandemia. Por outro lado, com a queda de novos casos e de óbitos, as pessoas têm retomado sua rotina de cuidados médicos. Desde o início da quarentena, os cuidados nos consultórios foram redobrados para a proteção de médicos e pacientes e essa é uma mudança de comportamento que tende a se tornar perene, o que é bom para a segurança de todos.

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Como parte das ações da campanha de conscientização contra o câncer de mama, a OMS lançou neste mês um chatbot interativo sobre saúde da mulher, que usa a plataforma Viber para enviar informações de saúde diretamente para o celular. O primeiro conjunto de mensagens será a respeito do câncer de mama – serão informações sobre, por exemplo, fatores que podem colaborar na redução dos riscos de desenvolvimento da doença, sintomas e opções de tratamento.

Pesquisa recente realizada pelo Inca também mostrou como um estilo mais saudável de vida pode fazer a diferença. Segundo o estudo, cerca de 13% dos casos de câncer de mama no Brasil no ano passado (aproximadamente 8 mil casos) poderiam ter sido evitados se houvesse redução em fatores de risco como consumo de álcool, excesso de peso e, principalmente, falta de atividade física.

A pandemia forçou atrasos e adiamentos em tratamentos que afetaram milhares de pessoas. O Outubro Rosa é um chamado importante para que não só as mulheres, mas toda a sociedade, se conscientize de que o câncer de mama pode ser combatido com práticas que podem beneficiar a saúde como um todo e com prevenção. Esta, aliás, é a palavra-chave para grande parte dos tipos de câncer. Quanto antes se tiver o diagnóstico, maiores são as chances de cura.

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