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Mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é presidente institucional do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Hospital Albert Einstein
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Obesidade e Covid-19: uma espiral descendente

Pessoas com obesidade que ficam doentes e requerem cuidados intensivos apresentam desafios no tratamento

Por Claudio Lottenberg
21 set 2020, 15h48

A obesidade é uma doença crônica que afeta um número elevado de pessoas no mundo todo. É caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal e pode acarretar graves problemas de saúde – e levar à morte inclusive. Segundo dados do IBGE, o Brasil tem cerca de 27 milhões de pessoas consideradas obesas. Somando a essas as que estão acima do peso, o total chega a quase 75 milhões. Em uma população de 210 milhões de habitantes, 75 milhões de acometidos de obesidade significam um problema de saúde pública.

Obesidade é fator de risco para uma série de doenças: o obeso tem mais propensão a desenvolver hipertensão, problemas cardiovasculares, diabetes tipo 2 e problemas físicos como artrose, pedra na vesícula, artrite, cansaço, refluxo esofágico, tumores de intestino e de vesícula – e a lista não para aí.
A prevenção contra a obesidade passa pela conscientização sobre a importância da atividade física e da alimentação adequada. Vida sedentária, refeições com poucos vegetais e frutas, excesso de alimentos ricos em gordura e açúcar – tudo isso faz crescer o número pessoas obesas, em todas as faixas etárias – até as crianças.

Dadas as taxas extremamente altas de obesidade em todo o mundo, uma alta porcentagem da população que contrairá coronavírus deverá coincidir com a de pessoas que têm IMC acima de 25. Além disso, pessoas com obesidade que ficam doentes e requerem cuidados intensivos apresentam desafios no tratamento do paciente. Afinal, é mais difícil entubar pacientes com obesidade; pode ser mais difícil obter diagnóstico por imagem (pois há limites de peso nas máquinas de imagem); são pacientes mais difíceis de posicionar e transportar pela equipe de enfermagem; e são considerados de acompanhamento mais difícil em unidades de terapia intensiva.

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A obesidade ganha progressivamente mais destaque à medida em que a Covid-19 avança no mundo ocidental. Para se ter uma ideia, dados do NHS (o serviço de saúde inglês) mostram que mais de 70% dos que estão nas UTIs por Covid-19 têm excesso de peso; desses, quase 40% tem menos de 60 anos.

Nestes meses de pandemia, o sedentarismo trouxe consequências claras quanto ao ganho de peso, não só pela diminuição da atividade física como pelos novos e velhos hábitos alimentares, que se instalaram e romperam rigor e regularidade das dietas. Isso significa dizer que a obesidade piora o prognóstico da Covid-19 no plano individual e a Covid-19 piora a obesidade no plano da saúde populacional.

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