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Mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é presidente institucional do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Hospital Albert Einstein
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Impacto negativo da Covid-19 na educação tem de ser revertido

A retomada das aulas presenciais, com a gradual normalização das atividades acompanhada de medidas de proteção, é de fundamental importância

Por Claudio Lottenberg
26 jul 2021, 15h49

O impacto na rotina de aulas presenciais nas escolas é um dos principais legados negativos da pandemia da Covid-19. Na iminência do início do 2o. semestre no calendário escolar, creches e instituições de ensino fundamental e de ensino médio se preparam com medidas de proteção, para que o Brasil possa dar início ao longo caminho rumo à normalização da vida de crianças e jovens estudantes.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, escolas públicas e particulares poderão retomar 100% de aulas presenciais, desde que haja capacidade de manter os alunos dentro de sala afastados uns dos outros pelo menos 1 metro. Nas que não conseguirem manter esse distanciamento, terá de haver rodízio de alunos. Nas creches, será adotado um limite de 60% das crianças atendidas por dia. No ensino superior (exceto para cursos de saúde) também haverá limitação de 60% à capacidade de alunos nas aulas presenciais.

Em outras cidades do país também já existem retomadas em níveis variáveis da rotina escolar – com medidas de proteção em vigor. Afinal, embora a vacinação no Brasil esteja avançando (ainda que em ritmo lento), a pandemia não chegou ao fim. O país tem agora pouco mais de 17% de sua população imunizada (com duas doses ou dose única). Também vemos a variante delta tornar-se mais presente – balanço do Ministério da Saúde divulgado na sexta-feira (23) mostrou que o país tem 143 casos de pessoas infectadas (contra 110 na divulgação feita no dia 19), a maioria (88) no Rio de Janeiro.

Mas os estudantes brasileiros sofreram um duro impacto com o avanço descontrolado da doença no país. Segundo o levantamento “Resposta Educacional à Pandemia de Covid-19 no Brasil”, realizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), entre fevereiro e maio deste ano, 99,3% das escolas brasileiras suspenderam atividades presenciais. Pouco mais da metade das escolas públicas (53%) mantiveram o calendário do ano letivo de 2020; na rede privada, isso foi possível para cerca de 70% das escolas. Cerca de 90% das escolas do país não retomaram atividades presenciais no ano passado.

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De acordo com o Inep, o Brasil teve, em média, 279 dias de suspensão de atividades presenciais em 2020 (escolas públicas e privadas). Isso dá ao Brasil um duvidoso protagonismo em termos de perda de dias letivos: dados da Unesco mostram que Chile e Argentina ficaram 199 dias sem atividades presenciais entre 11 de março de 2020 e 2 de fevereiro de 2021; o México ficou 180 dias; Canadá, 163; Portugal, 67; e França, 43.

As estratégias digitais para ensino, embora tenham ocupado parte do espaço na entrega de conteúdos didáticos aos alunos, têm limitações consideráveis – por exemplo, muitas famílias mais pobres sequer têm plataformas (celulares, tablets, notebooks, mesmo TV) em número suficiente para que todas as crianças da casa possam estudar. Além disso, o convívio com colegas de sala, a experiência de consultar o professor, a vivência no ambiente escolar – tudo isso falta ao aluno, com reflexos em seu aprendizado.

Os estudantes brasileiros têm um histórico notoriamente insatisfatório em exames internacionais de rendimento escolar. A retomada das aulas presenciais, com a gradual normalização das atividades escolares presenciais acompanhada de medidas de proteção e distanciamento, é de fundamental importância. Hoje já dispomos de meios para atenuar o impacto da pandemia na rotina escolar. Basta que tais medidas sejam rigorosamente observadas e seguidas. Sem devolver alguma normalidade à vida escolar de jovens e crianças, prejuízos na educação serão sentidos por gerações à frente, e não podemos permitir que isso aconteça.

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