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Mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é presidente institucional do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Hospital Albert Einstein
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Fim do isolamento deve passar pela ciência

Para deixar para trás a crise causada pela pandemia do coronavírus, precisamos alinhar conhecimento científico e estratégia adequada

Por Claudio Lottenberg
14 jun 2020, 09h57

Esta pandemia tem se revelado um processo de incertezas e desinformação.

O primeiro sinal disso diz respeito à capacidade diagnóstica. Em medicina, a clínica sempre foi e sempre será soberana. Quando vemos que 80% dos acometidos são assintomáticos e potenciais transmissores (não importa o grau), surge uma preocupação: vamos isolar alguém aparentemente saudável? Seria ruim para o paciente e pior ainda para quem não tem nada e pode contrair a doença, com risco de ir parar na UTI.

A segunda desinformação é a respeito do tratamento. Ora, o tratamento simplesmente ainda não existe. Temos que fazer uma varredura e constatar a capacidade de tantos atores, que alimentaram expectativas de forma vexatória sobre a cloroquina, com generalizações, exageros e tentativas de desacreditar os princípios da boa ciência.

Houve ainda outra desinformação, embora essa não tenha prosperado fora dos círculos radicais e irracionais. O fato é que o vírus não foi criado em laboratório para servir a supostos interesses escusos de alguma potência econômica.

E aí surgem os desafios pautados pelas mesmas desinformações e em poucas certezas. Uma delas é que ninguém quer mortes e ninguém quer a economia paralisada com os consequentes desdobramentos.

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Entre os desafios está a saída da quarentena ou isolamento social. Para que aconteça, a saída deve ser baseada na epidemiologia daquele sistema de saúde em pelo menos um mês. Isso se materializa no campo da ciência que trata dos vários fatores genéticos, sociais ou ambientais e condições derivados de exposição microbiológica, tóxica, traumática que determinam a ocorrência e a distribuição de saúde, doença, defeito, incapacidade e morte entre os grupos de indivíduos. Há muitas variáveis.

O segundo ponto para a saída depende do sistema de saúde e de sua capacidade de vigilância epidemiológica. Aí entram a capacidade de testagem e a infraestrutura para medicina crítica, pois novos casos podem surgir. Cabe aqui dizer que o Brasil tem vários subsistemas e que diferenças são registradas até numa mesma cidade.

A pandemia do coronavírus não é uma gripe política e não deve alimentar um debate ideológico. Saúde pública não combina com palanque político. É um processo sério, em que deve prevalecer a lógica da sobrevida humana e da boa ciência.

Para deixar para trás esta crise, precisamos alinhar conhecimento científico e estratégia adequada.

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