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Mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é presidente institucional do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Hospital Albert Einstein
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Corticoide contra Covid: só para casos graves

No debate sobre o uso do medicamento, não podemos correr risco semelhante ao que corremos com a discussão sobre cloroquina

Por Claudio Lottenberg
Atualizado em 18 jun 2020, 10h00 - Publicado em 18 jun 2020, 09h57

Com mais de 30 anos de atividade médica, posso relatar experiências em que a informação incompleta acabou levando a uma inconformidade com atitudes da ciência. Quando isso acontece por entendimento equivocado por parte da população, acho até compreensível. O problema é quando essa desinformação é generalizada por certos formadores de opinião.

Há algumas semanas vínhamos debatendo o uso da cloroquina, que se mostrou inócua na aplicabilidade generalizada. Não podemos correr risco semelhante em relação ao corticoide.

Corticoides são uma classe de medicamentos de ação anti-inflamatória e imunossupressora, ou seja, são usados para suprimir os mecanismos de defesa do corpo. Trata-se de um medicamento necessário para a realização de transplantes e enxertos, por exemplo ou para evitar danos que a inflamação pode provocar.

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Esse medicamento vem de um hormônio produzido pelo nosso corpo – o cortisol. Ele é produzido nas glândulas suprarrenais. O corticoide é um derivado sintético desse hormônio, com estrutura modificada para potencializar sua ação e função no corpo.

Em março, o estudo RECOVERY (Randomized Evaluation of Covid-19 Therapy Day) foi estabelecido como um ensaio clínico randomizado (aleatório) para testar uma variedade de tratamentos potenciais para Covid-19, incluindo doses baixas de corticoide. Fato é que nos pacientes mais graves – aqueles que precisaram de ventiladores – a associação do corticoide em dose baixa reduziu a mortalidade de forma estatisticamente significante, quando comparado com pacientes em condições semelhantes que não receberam essa medicação. Não houve benefício entre os pacientes que não necessitaram de uso de ventiladores.

Achei prudente comentar esse estudo para evitar má interpretação por parte daqueles que se deixam levar por informações isoladas e podem imaginar que o uso de corticoide a partir de agora deva ser parte de um arsenal generalizado contra a Covid-19.

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