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Mestre e doutor em Oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), é presidente institucional do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Hospital Albert Einstein
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Avanço da variante delta leva a novo fechamento de países

O novo coronavírus poderá ser contido em limites administráveis no futuro, com vacinações regulares e novos hábitos trazidos pela pandemia

Por Claudio Lottenberg
28 jun 2021, 20h39

A luta contra a Covid-19 não será vencida por nocaute, isso é certo. O coronavírus seguirá entre nós e a batalha contra ele será contínua. Diversos países têm restabelecido restrições que haviam sido suspensas há pouco tempo – e isso devido ao avanço da variante do coronavírus chamada delta.

No Brasil, no momento, foram confirmados dois óbitos relacionados à variante: o de uma gestante de 42 anos, ocorrido em abril, vinda do Japão para o Paraná; e o de um homem de 54 anos, tripulante de um navio chinês; ele estava internado há 43 dias em São Luís (MA). Segundo autoridades de saúde dos EUA, está é a cepa responsável por um em cada cinco casos de Covid-19 por lá. O especialista em doenças infecciosas da Casa Branca Anthony Fauci disse na semana passada que a delta deverá se tornar a variante dominante no país nas próximas semanas.

Essa variante do coronavírus, de acordo com os primeiros estudos que estão sendo divulgados, tem mutações que lhe permitem ligar-se mais facilmente às células e escapar de algumas reações imunológicas. O crescimento de casos da variante delta fez com que os avanços em direção à reabertura em diversos países desacelerassem ou parassem. Israel, que executou uma bem-sucedida campanha de vacinação, reimpôs na sexta-feira (25) a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados. O país teve um repique de casos desde o dia 15 – e 70% deles decorrem da propagação da nova cepa.

Na Europa, o Reino Unido (onde pubs, bares e restaurantes operam com capacidade limitada e eventos são realizados com restrições) adiou para 19 de julho a reabertura total (programada para o último dia 21). Em Portugal, Lisboa voltou a ter restrições aos finais de semana e o uso obrigatório de máscara foi prorrogado até setembro. Na Austrália, partes de Sydney devem entrar em lockdown de pelo menos uma semana. Como estes, outros países que vinham planejando redução de restrições colocaram uma pausa nas datas previstas. Essa aceleração da nova cepa vem ocorrendo também devido a uma queda na adesão às medidas de prevenção. Na Índia, onde a variante delta foi detectada pela primeira vez, já existe inclusive uma nova mutação – chamada de delta plus, sobre a qual ainda há estudos em andamento. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a variante está presente em mais de 80 países.

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A OMS (Organização Mundial da Saúde) é categórica em sua recomendação: “Enquanto aprendemos mais, precisamos fazer todo o possível para impedir a disseminação do vírus, a fim de prevenir mutações que podem reduzir o desempenho das vacinas existentes. Isso significa ficar a pelo menos 1 metro de distância de outras pessoas, cobrindo uma tosse ou espirro no cotovelo, limpando frequentemente as mãos, usando máscara e evitando salas lotadas e mal ventiladas ou abrir uma janela”. Sempre será o caso de lembrar que mesmo quem foi imunizado (tomou as duas doses, ou a dose única) não está dispensado de nenhuma das proteções individuais. Imunizar a população e adotar as medidas de proteção impede que a doença se alastre, diminui o índice de casos graves e óbitos, e evita que variantes mais fortes e contagiosas surjam.

Com muito esforço e colaboração da sociedade conseguiu-se controlar doenças como varíola, sarampo, poliomielite e outras, e as campanhas de vacinação contra elas são realizadas periodicamente. Acredita-se que a Covid-19 exigirá esforços semelhantes e uma vigilância permanente. O novo coronavírus poderá ser contido em limites administráveis no futuro, com vacinações regulares e novos hábitos trazidos pela pandemia. Mas isso depende de um compromisso firmado hoje em nome da saúde.

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