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Por Mariana Barros
A cada mês, cinco milhões de pessoas trocam o campo pelo asfalto. Ao final do século seremos a única espécie totalmente urbana do planeta. Conheça aqui os desafios dessa histórica transformação.
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Superpopulação: chegará o dia em que haverá gente demais para planeta de menos?

A cada ano, nascem 81 milhões de pessoas, o equivalente à população da Alemanha. Mantido esse ritmo, passaremos dos atuais 7,3 bilhões de habitantes para 9,6 bilhões em 2050, de acordo com as projeções da ONU. Embora não dê para estimar o máximo de pessoas que cabe no planeta, sabemos que os recursos que temos por aqui são limitados. […]

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jul 2020, 01h23 - Publicado em 15 Maio 2015, 09h33
Surfista nas águas poluídas da Indonésia, imagem da Global Population Speak Out

Surfista nas águas poluídas de Java, na Indonésia: imagem da Global Population Speak Out sobre os efeitos da superpopulação

A cada ano, nascem 81 milhões de pessoas, o equivalente à população da Alemanha. Mantido esse ritmo, passaremos dos atuais 7,3 bilhões de habitantes para 9,6 bilhões em 2050, de acordo com as projeções da ONU. Embora não dê para estimar o máximo de pessoas que cabe no planeta, sabemos que os recursos que temos por aqui são limitados. A quantidade de água (em suas diferentes formas) e de terra é a mesma há milênios e, apesar de todo o avanço da ciência, nada indica que a humanidade será capaz de ampliá-las. Quando se combina muita gente a uma mesma quantidade de recursos, o resultado é a escassez. Apenas para ficar no básico, pode faltar água e alimento para todo mundo — que dirá saneamento básico, moradia, energia elétrica.

As variedade de implicações faz com que especialistas acreditem que a superpopulação será o grande tema de impacto sobre as próximas décadas, assim como o aquecimento global tem sido até aqui.

Hoje, 86% da população vive em áreas pobres, proporção que tende a se manter nas próximas décadas. Isso acontece porque o crescimento é mais veloz nos países mais pobres, onde há maior dificuldade de fazer um planejamento familiar. Em sua maioria, localizam-se na Ásia e, principalmente, na África. O continente conhecido por ser o berço da humanidade será o principal responsável pela multiplicação da nossa espécie nas próximas décadas. Entre 2010 e 2100, os países africanos registrarão taxas estratosféricas de crescimento populacional, entre 220% e 1200%. Se pegarmos toda a população que surgirá no planeta até 2100, metade dela estará concentrada em apenas oito países: Índia, Tanzânia, Congo, Nigéria, Uganda, Etiópia e Estados Unidos (este último o único desenvolvido, ponto fora da curva).

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A taxa de fertilidade nesses locais é o dobro da média mundial. São cinco nascimentos por mulher, quando o necessário para repor a perda populacional natural são apenas 2,1 nascimentos por mulher. A África também tem o maior percentual de mães com menos de 20 anos de idade (20%) e a maior taxa de mortalidade de crianças com menos de 5 anos (116 a cada 1 000).

Gráfico da ONU mostra a África como a área de maior aumento populacional

Gráfico da ONU mostra a África como a área de maior aumento populacional

 

Para tratar dessa questão tão delicada, a ONU mantém o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), agência dedicada a “entregar um mundo em que cada gravidez é desejada, cada nascimento é seguro e o potencial pessoal de cada jovem é atingido”, como diz seu slogan. Na esteira, vários outros grupos têm se dedicado a debater a superpopulação e mostrar que diferentes futuros são possíveis dependendo da quantidade de seres humanos que houver no planeta.

Um dos grupos que mais chamam a atenção é o Global Population Speak Out, que organiza eventos e campanhas de conscientização. Fotos para serem compartilhadas online mostram os efeitos que a grande concentração de pessoas pode exercer. No ano passado, a ONG lançou um livro que custa 50 dólares, mas sai de graça para os afiliados que se engajarem no tema. Em seu site, o grupo diz que 3,5 bilhões de dólares por ano seriam suficientes para fornecer informações e serviços de contracepção para mais de 220 milhões de mulheres no mundo que gostariam de evitar gravidez, mas não sabem ou não têm condição de fazer isso. O valor seria equivalente a 4% do que os americanos gastam com cerveja por ano.

A religião também exerce influência nas taxas de natalidade. A Igreja católica vem encarando o assunto aos poucos e com todo o cuidado. No ano passado, o Papa Francisco chegou até a receber no Vaticano um grupo de ambientalistas para falar sobre superpopulação.

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O tema também foi captado ela ficção contemporânea. O escritor americano Jonathan Franzen, que foi capa da revista Time em 2010 com seu romance Liberdade, criou no livro o personagem Walter Berglund, um obcecado pela redução do crescimento populacional. Em dado momento da história, ele perde o controle e diz que “os seres humanos são o câncer do planeta”. Diferentemente do que possa parecer, Berglund não é contra as pessoas terem filhos — pelo contrário, tem dois. Mas não se conforma com o assunto não tirar o sono das pessoas. Para ele, encarar a questão com pragmatismo é a única forma de fazer algo de concreto pelo futuro daquilo que mais ama no mundo, seus filhos e os pássaros selvagens.

Vista aérea da Cidade do México, onde moram 20 milhões de pessoas. Imagem do Global Population Speak Out

Vista aérea da Cidade do México, onde moram 20 milhões de pessoas. Imagem do Global Population Speak Out

 

Por Mariana Barros
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