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Lago Paranoá perde puxadinhos de luxo, reflexo da Lava Jato nas cidades

Mais de dez mil pessoas confirmaram presença na celebração da abertura da orla ao público

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jul 2020, 00h38 - Publicado em 25 ago 2015, 15h01
Vista aérea do Lago Paranoá, em Brasília, com a ponte JK ao fundo

Vista aérea do Lago Paranoá, em Brasília, com a ponte JK ao fundo

Dez mil pessoas já confirmaram presença no Isoporzinho na Orla do Povo, evento criado no Facebook para celebrar a nova fase do Lago Paranoá, em Brasília. Desde ontem, tratores e funcionários do governo do Distrito Federal têm retirado cercas, desmontado quiosques, derrubado puxadinhos usados como academias, fatiado campos de futebol e aterrado piscinas.

Essas áreas de lazer particulares ocupavam um espaço público ilegalmente incorporado às mansões e aos terrenos localizados às margens do Paranoá. Por lei, os proprietários deveriam ter deixado uma faixa de 30 metros entre o lago e suas residências, aberta para ser usada por qualquer pessoa. Na prática, o acesso foi impedido e as construções particulares avançaram até a beira do lago ao longo de 80 quilômetros de orla. O primeiro trecho reformulado é um dos mais nobres de Brasília, a “Península dos Ministros”, no Lago Sul, onde ficam as residências do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Nos próximos 60 dias, 37 lotes perderão a faixa de 30 metros à beira do lago. Ao todo, 439 imóveis serão atingidos.

Ninguém acreditava que esse dia chegaria. A abertura da orla ao público tramitava na Justiça há dez anos, desde que o Ministério Público do Distrito Federal entrou fcom uma ação. Embora uma sentença favorável à abertura tenha saído em 2011, nenhuma palha foi movida para readequar a área ao uso público.

Os louros por ter tornado a decisão uma realidade estão sendo intensamente disputados e devem acabar divididos entre o governador  Rodrigo Rollemberg (PSB) e o judiciário, na figura do ministro Napoleão Nunes Maia Filho, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que extinguiu uma ação com a qual a Associação dos Amigos do Lago Paranoá (Alapa) tentava impedir a demolição de seus puxadinhos irregulares.

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Percebe-se que episódios como o Mensalão e a Operação Lava Jato indicam haver mudança cultural em curso com potencial para interferir na relação dos brasileiros com os espaços onde vivem. O parque a ser inaugurado neste domingo na orla do Lago Paranoá marca o fim de uma era da mesma maneira que as prisões de políticos e executivos envolvidos no Petrolão. Agora, cabe aos ricos e poderosos retirarem suas churrasqueiras e campinhos dos espaços em que todos têm o direito de usufruir. Cabe também aos frequentadores zelar pelo novo parque e assim comprovar que espaço público não é aquele que não pertence a ninguém, mas aquele que pertence a todos.

 

Por Mariana Barros


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