Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Cidades sem Fronteiras Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Mariana Barros
A cada mês, cinco milhões de pessoas trocam o campo pelo asfalto. Ao final do século seremos a única espécie totalmente urbana do planeta. Conheça aqui os desafios dessa histórica transformação.
Continua após publicidade

Frota brasileira cresce onze vezes mais rápido do que a população e já é suficiente para cobrir Barbados, no Caribe

Véspera de Carnaval é também conhecida como o Dia Nacional do Congestionamento nas Estradas. Em São Paulo, as filas de carros tentando sair da cidade para aproveitar o feriado devem alcançar 250 quilômetros de extensão, equivalente à distância entre a capital e Brotas, no interior paulista. Segundo especialistas, a razão para a intensa paralisia nas estradas é uma só: […]

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 dez 2016, 11h47 - Publicado em 12 fev 2015, 19h45
congestionamento

Saída para o feriado deve gerar 250 quilômetros de congestionamento nas estradas paulistas

Véspera de Carnaval é também conhecida como o Dia Nacional do Congestionamento nas Estradas. Em São Paulo, as filas de carros tentando sair da cidade para aproveitar o feriado devem alcançar 250 quilômetros de extensão, equivalente à distância entre a capital e Brotas, no interior paulista. Segundo especialistas, a razão para a intensa paralisia nas estradas é uma só: excesso de carros.

Na última década, o aumento percentual do número de veículos foi onze vezes maior que o da população. De 2001 a 2012, a frota brasileira passou de 24 milhões em 2001 para 50 milhões de veículos. Ou seja, em apenas dez anos, surgiu nas ruas a mesma quantidade de carros criada ao longo de todas as décadas anteriores.  Os dados são do Denatran, compilados pelo Observatório das Metrópoles, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia e podem ser acessados na íntegra aqui.

frota_grafico
O mais impressionante é o espaço que esses carros ocupam. Se fossem colocados lado a lado, demandariam uma área semelhante à de Barbados, no Caribe, terra natal da cantora Rihanna e cenário paradisíaco — está aí uma boa imagem para se ter em mente na hora de colocar o carro em ponto morto no meio da rodovia. Se o ritmo de crescimento da frota brasileira for mantido nos próximos anos, chegaremos a 2022 com mais de 94 milhões de carros circulando pelo país, o que demandaria uma área maior do que a de Singapura para comportar todos eles lado a lado.

Continua após a publicidade

Essas comparações partem de uma situação imaginária, em que seria possível colocá-los grudados uns aos outros a ponto de não ser possível nem abrir a porta. Se estacionados de maneira real, claro que demandariam mais espaço. Circulando, então, nem se fala. Apenas para que rodem em segurança e em baixa velocidade, em torno de 40 quilômetros por hora, seria preciso criar uma distância quinze metros entre o carro da frente e o de trás. Noves fora, até o Brasil pode ficar pequeno.

Criar mais espaço para os carros está longe de ser solução. Obras de ampliação ou duplicação de pistas até melhoram o fluxo de imediato, mas em pouco tempo ficam saturadas, insuficientes para comportar uma frota que só aumenta. O impasse então pode ser resolvido de três formas. Uma é através do desenvolvimento tecnológico dos carros que, com cada vez mais funções autônomas, em trinta anos dispensarão a necessidade de motorista e viajarão no modo piloto automático, como os aviões. Sistemas inteligentes de bordo, parecidos com o aplicativo de sugestão de rotas Waze, deixarão a cargo do veículo a preocupação com trânsito, caminhos e melhores horários para viajar. Google e montadoras como a Volvo têm investido neste segmento (leia mais aqui).

A segunda alternativa é o transporte sobre trilhos: recuperar e criar linhas férreas com alta capacidade. Sem oferecer outro meio de transporte viável, é difícil convencer qualquer um a deixar o carro em casa, quanto mais obrigar alguém a fazer isso. A medida ajudaria até mesmo a desafogar o já carregado tráfego aéreo. Uma terceira solução passa por recuperar e melhorar os espaços de lazer das metrópoles, com mais opções de diversão e maior qualidade de vida. O esforço ajudaria a reduzir o êxodo de quem não suporta passar um feriado em meio à paisagem urbana — em São Paulo, a previsão é que mais de dois milhões de veículos deixem a cidade.

Continua após a publicidade

Mas, por enquanto, com investimentos apenas em rodovias, os congestionamentos pré e pós Carnaval têm tudo para permanecerem no calendário nacional.

Barbados, no Caribe, comportaria toda a frota brasileira. Mas é muito melhor do jeito que está

Barbados, no Caribe, comportaria toda a frota brasileira. Mas parece muito bem do jeito que está

Por Mariana Barros
>> Acompanhe os posts do Cidades sem Fronteiras no Facebook // Siga o blog no Twitter

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.