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Por André Sollitto e Ricardo Amorim
Novidades e reflexões sobre o mercado da cannabis legal, no Brasil e no mundo
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Gigante americana chega ao mercado brasileiro de ‘Cannabis’ medicinal

Em parceria com a brasileira CBD Vida, Kemin Industries pretende ter seus produtos nas farmácias do país ainda este ano

Por Ricardo Amorim Atualizado em 30 jul 2020, 19h07 - Publicado em 6 mar 2020, 13h36

Na esteira da nova regulamentação para a Cannabis medicinal no Brasil, que entra em vigor na próxima semana e permitirá a venda dos produtos em farmácias e drogarias, a CBD Vida, de Campinas (SP), e a americana Kemin Industries vão anunciar, nas próximas horas, uma parceria para distribuir medicamentos com canabinoides no Brasil. A Kemin é uma fornecedora global de ingredientes especiais para saúde e nutrição humana e animal, alimentos para animais de estimação, aquicultura, nutracêuticos, tecnologias alimentares, tecnologias agrícolas e indústrias têxteis. Fundada em 1961, a Kemin tem 2800 funcionários e operações em 90 países, com fábricas na Bélgica, Brasil, China, Índia, Itália, Rússia, África do Sul, Singapura e Estados Unidos, entre outros.

Por meio da MedPharm, fabricante de canabidiol (CBD) no estado americano de Iowa e que recebe consultoria da Kemin, a CBD Vida promete trazer ao país produtos com padrão farmacêutico a preços competitivos. “A Kemin está comprometida em aplicar genética de ponta e processamento e formulação sofisticados para fornecer produtos de alta qualidade”, afirma José Piccolotto, presidente da Kemin Human Nutrition and Health em comunicado que será distribuído ao mercado. Sua empresa fornece expertise nas áreas de ciência de plantas, extração, formulação e qualidade à MedPharm. Segundo o CEO da CBD Vida, Fabio Candello, a CBD Vida passará a comercializar exclusivamente esses produtos no Brasil, com previsão de chegada às farmácias ainda este ano. “Essa parceria é muito importante para a CBD Vida porque vamos oferecer produtos com padrão internacional, garantindo nosso compromisso com a segurança e a eficácia das terapias aos pacientes brasileiros”, afirmou.

A chegada de grandes empresas globais indica otimismo com as perspectivas da medicina canabinoide no Brasil. Resta descobrir se haverá espaço para tantos players e saber qual a velocidade com que a classe médica, única geradora de demanda no cenário atual, vai abraçar o novo filão.

A regulamentação e a realidade

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Nesta semana, a canadense Canopy Growth, maior empresa de Cannabis legal do mundo, anunciou o encerramento das atividades em duas de suas unidades de cultivo no Canadá e a consequente demissão de 500 trabalhadores. Com valor de mercado de cerca de 8 bilhões de dólares, a Canopy está pressionada por resultados frustrantes e incapacidade de entregar lucros de forma consistente. O fechamento das áreas de plantio está inserido no movimento de ajustes da companhia – outra das vítimas foi a própria operação brasileira, reduzida* no ano passado, ainda antes da frustração regulatória, relacionada justamente à proibição do cultivo em território nacional. Enquanto no Canadá a capacidade produtiva supera a demanda, no Brasil praticamente não há plantações de cannabis no mercado formal. Segundo os dados mais recentes do governo canadense, há um estoque de 454 toneladas de flores secas (prontas para o consumo) em estoque no país. Pelas estimativas da gestora de capitais Canaccord Genuity, esse volume levaria cerca de 35 meses para ser escoado através dos canais de varejo, que atualmente movimentam pouco mais de 150 toneladas por ano.

Além das dificuldades da Canopy, o fato demonstra o descompasso entre e a realidade dos mercados e as regras a que estão submetidos os players legais. Essa distorção fica ainda mais evidente em regiões onde o comércio ilegal é poderoso e consegue entregar qualidade, eficiência e, principalmente, preços. Este é o caso do Canadá e também da Califórnia, pra ficar nos exemplos mais notórios. Como abordei neste vídeo, a regulamentação da Cannabis precisa levar em conta que a competição não se dará apenas entre os operadores regularizados. Graças à proibição, os ilegais puderam se desenvolver praticamente sem restrições e vão continuar operando à margem da lei, com eficiência maior do que os empresários que se submetem às restrições do mercado formal. Portanto, enquanto as autoridades e a sociedade não forem capazes de estabelecer um arcabouço regulatório adequado, capaz de gerar impostos e proteger a saúde pública ao mesmo tempo em que possibilite o lucro, ainda veremos gigantes da cannabis legal enfrentando dificuldades como as da Canopy.

*ERREI: O texto foi corrigido. Ao contrário do informado no post original, a operação da Canopy não foi encerrada no Brasil. O escritório da empresa continua funcionando com cerca de 20 profissionais, dedicados a “atividades educacionais focadas em ajudar pacientes e profissionais de saúde a tomar decisões informadas sobre o uso de produtos médicos à base de cannabis”, segundo a companhia. Por ora, os produtos da Spectrum Therapeutics, linha medicinal da Canopy, ainda não estão sendo comercializados no país.

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