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Por André Sollitto e Ricardo Amorim
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Brasil fica para trás no mercado global de cânhamo

Segundo especialistas, espécie não-psicoativa da cannabis oferece rentabilidade maior que a maioria das culturas produzidas no país

Por Ricardo Amorim 20 jan 2021, 16h55
Cultivo de cânhamo da empresa Healthy Grains, no Paraguai
(Healthy Grains/Divulgação)

Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou as regras finais para o cultivo de cânhamo no país. As novas diretrizes incluem flexibilização do manejo de plantas que superem 0,3% de THC, maiores prazos de colheita e uma extensão da data-limite para que os laboratórios que processam a erva façam seus registros na DEA (Drug Enforcement Agency), a autoridade federal de controle das drogas. Por lá, mesmo com as reclamações de alguns setores, é nítida a disposição das autoridades para estabelecer um arcabouço regulatório que favoreça o mercado e ajude os agricultores a prosperar. Já por aqui, a história é bem diferente.

“Já estamos atrasados e vamos ficar ainda mais”, afirma o presidente da Associação Latino Americana de Cânhamo Industrial (LAIHA, na sigla em inglês), o brasileiro Lorenzo Rolim. Para o executivo, o Brasil está deixando passar uma oportunidade que acabará sendo integralmente capturada por nossos concorrentes no mercado global de commodities. Além dos Estados Unidos e da China, atualmente a maior produtora mundial de cânhamo, países latinoamericanos, como Uruguai, Paraguai, Colômbia, Equador e México, estão atualizando suas legislações para beliscar ao menos uma fatia desse bolo, cujo valor deve alcançar 18 bilhões de dólares em 2025, segundo estimativas da LAIHA. “O Brasil, com sua expertise em commodities, poderia ter uma participação relevante nesse mercado”, diz Rolim.

Como exemplo, ele cita a remessa de uma tonelada de produtos de cânhamo (farinhas, óleos e sementes) enviados aos Estados Unidos no final do ano passado pela paraguaia Healthy Grains, primeira exportação da região aprovada pelas autoridades sanitárias e agrícolas americanas. Rolim lamenta que o agronegócio brasileiro ainda não tenha despertado para o potencial dessa cultura. “Mesmo com o aumento da oferta e a queda nos preços internacionais, o cânhamo continua sendo vantajoso quando comparado a outros cultivos, seja para a produção de fibras, grãos ou produtos medicinais”, defende. Segundo ele, o cânhamo oferece mais rentabilidade por hectare do que produtos consagrados como a soja, o milho e o algodão. “Qualquer agricultor que fizer a conta vai chegar a essa conclusão”, garante.

Lançada oficialmente nesta semana, a Associação Nacional do Cânhamo Industrial (ANC) aponta na mesma direção. Seu objetivo é trabalhar pela legalização do “cultivo e exploração industrial do cânhamo, com foco na produção de fibras, sementes e seus derivados de forma sustentável e com responsabilidade social”. Idealizada a partir da experiência com assuntos regulatórios de seus fundadores, a associação pretende se tornar uma referência no tema, oferecendo subsídios para que empresas e investidores trabalhem em prol da regulamentação dessa cultura no país. “Queremos que o site da ANC seja um repositório de argumentos, estudos e pesquisas que apontem para a viabilidade econômica e a relevância social do cânhamo no cenário brasileiro”, explica o advogado e diretor-executivo da entidade, Rafael Arcuri. Inicialmente focada na produção de conteúdo e ainda sem associados pagantes, a ANC promete atuar também nas frentes parlamentar, regulatória e judicial, prestando serviços ao ainda inicipiente mercado brasileiro do cânhamo. “Se nossos produtores rurais abraçarem a ideia, acredito que poderemos avançar”, aposta Arcuri.

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