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Por André Sollitto e Ricardo Amorim
Novidades e reflexões sobre o mercado da cannabis legal, no Brasil e no mundo
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Este blog pretende se debruçar sobre os desafios diante do novo status da planta na sociedade, no mercado e na ciência

Por Ricardo Amorim Atualizado em 15 jul 2019, 21h27 - Publicado em 15 jul 2019, 19h43

Este é o primeiro espaço regular na grande imprensa brasileira dedicado exclusivamente ao debate sobre o mercado internacional da cannabis legal, seja para uso medicinal ou recreativo. É uma honra voltar a colaborar com VEJA, revista na qual trabalhei por um ano, ali na virada do século, como subeditor de Internacional. Naquele já distante ano 2000, a Califórnia, primeiro estado americano a regular o uso terapêutico da planta, comemorava quatro anos da iniciativa, aprovada em 1996. Levou exatos vinte anos para que o Estado finalmente legalizasse a cannabis, liberando a produção, o comércio e o uso recreativo para maiores de 21 anos.

Nessas duas décadas, muita coisa mudou. O Colorado liberou a planta em 2012. O Uruguai fez o mesmo, em 2014. O Canadá, no ano passado. Atualmente onze estados americanos, além de DC, onde fica a capital Washington, permitem o consumo recreativo de maconha por adultos e outros 36 mantêm algum tipo de programa medicinal, assim como várias nações europeias, africanas e asiáticas (o cenário global será tema de um próximo post). Ou seja, o mercado da cannabis legal já é uma realidade que deve movimentar algo em torno de 17 bilhões de dólares globalmente em 2019, crescimento de 38% sobre 2018, segundo projeções da Arcview Market Research e da BDS Analytics, consultorias especializadas no segmento. Pelos mesmos prognósticos, o mercado deve atingir um valor superior aos 31 bilhões de dólares em 2022 (CAGR de 26,7% nos cinco anos de 2017 até lá). Para seus entusiastas, a pergunta não é mais “se” a maconha voltará a ser legal no mundo, mas “quando” isso vai acontecer.

Não é difícil imaginar por que será este o destino da planta, basta observar os fatos. As recentes descobertas sobre o sistema endocanabinoide e a comprovada eficácia da cannabis no tratamento de diversas doenças, tendo à frente os quadros graves de epilepsia, são argumentos científicos e sanitários difíceis de ignorar. Mas o fator mais importante a apontar para um futuro no qual a cannabis será novamente aceita como remédio e droga recreativa é mesmo o econômico. A volta da cannabis ao mercado, cerca de oitenta anos depois de sua proibição, tem o potencial de provocar abalos significativos (disrupção, no jargão corporativo da moda) em três indústrias multibilionárias: a farmacêutica, a do tabaco e a de bebidas alcoólicas. Juntos, esses três setores registraram receitas de quase quatro trilhões de dólares em 2018. É claro que a cannabis não traz de volta todo esse dinheiro para a mesa, mas apenas uma fração disso é suficiente para despertar o chamado instinto animal de empreendedores e investidores. Algo que já está acontecendo, inclusive no Brasil.

Por aqui, a Anvisa já reconhece as propriedades medicinais de produtos feitos com os princípios ativos da erva. A importação é permitida para pacientes, desde que cumprida uma série de procedimentos burocráticos (voltarei em breve ao tema). No mês passado a agência abriu uma consulta pública para embasar sua nova regulamentação sobre o setor e a expectativa é que sejam liberadas a produção, a pesquisa científica e a comercialização de produtos à base de cannabis medicinal no Brasil. De acordo com a New Frontier Data, outra consultoria dedicada exclusivamente ao setor da cannabis, o mercado potencial brasileiro é de 3,4 milhões de pacientes por ano, que poderiam movimentar algo em torno de R$ 4,7 bilhões na economia.

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Como se vê, o assunto é vasto, ainda suscita muitas dúvidas e sofre com o preconceito. A cannabis não é a panaceia pregada por seus defensores mais radicais e deve estar sujeita aos escrutínios da sociedade, da ciência e dos mercados. Este blog pretende se debruçar sobre os desafios que o novo status da planta nos apresenta. Minha pretensão é criar aqui um espaço democrático de informação, conhecimento e debate, ouvindo todos os lados e embasando argumentos com fatos e dados.

Entrem e fiquem à vontade, o espaço não é meu, é de todos que nos preocupamos em construir um mundo mais justo, mais inclusivo, mais diverso e mais informado, em nome das evidências científicas, do acesso à saúde e da livre iniciativa.

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