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Por André Sollitto e Ricardo Amorim
Novidades e reflexões sobre o mercado da cannabis legal, no Brasil e no mundo
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2019: o ano em que a cannabis conquistou o debate nacional

Com eventos empresariais, discussões no Congresso e regulamentação caminhando na Anvisa, a erva entrou definitivamente na agenda pública brasileira

Por Ricardo Amorim Atualizado em 30 jul 2020, 19h18 - Publicado em 22 nov 2019, 17h46
Evento em São Paulo reuniu empresários e investidores para falar sobre as possibilidades do mercado da cannabis no Brasil (Lide Futuro/Divulgação)

Agora que 2019 vai chegando ao fim, podemos afirmar que este foi o ano em que a cannabis mudou de patamar no Brasil. A erva finalmente saiu das rodinhas ativistas para entrar de vez nas agendas de médicos, pacientes, cientistas, parlamentares, empresários, investidores, juízes e autoridades do executivo. Ainda que com interesses diversos e diferentes graus de aprovação ao uso da planta, todos concordam que a cannabis tem sim potencial terapêutico e deve ser regulamentada para facilitar o acesso dos brasileiros aos tratamentos com canabinóides.

Mesmo com o atraso na deliberação da Anvisa, que ainda discute os termos para autorizar o registro de produtos e o cultivo no país, a sensação é de que houve avanços importantes. A turma que trabalha pela legalização total segue contrariada com os caminhos trilhados até aqui, mas até os mais radicais hão de reconhecer que a conversa sobre o futuro da cannabis chegou ao grande público. Além deste CannabiZ, outros grandes veículos de comunicação já mantêm espaços regulares dedicados exclusivamente à planta. No Congresso Nacional, deputados e senadores têm procurado ouvir especialistas, militantes, pacientes e médicos em audiências públicas que vão subsidiar suas deliberações acerca dos projetos de regulamentação da erva. No resto do mundo foi assim que se chegou à liberação: pouco a pouco, um passo de cada vez, com um amplo debate público e direito ao contraditório.

No meio empresarial, 2019 marcou a consolidação das empresas brasileiras importadoras de medicamentos à base de cannabis, que ainda operam em regime de excepcionalidade seguindo as regras da RDC 17 da Anvisa. Novos investidores também passaram a se interessar pelo segmento e a aplicar dinheiro em iniciativas canábicas. Hoje já temos por aqui dois fundos de investimento acessíveis a pessoas físicas voltados exclusivamente a ativos do setor, ambos da corretora Vitreo. Nem o tombo no valor das ações de companhias americanas e canadenses desanimou seus idealizadores. Para George Wachsmann, sócio da Vitreo, esse “choque de realidade” foi até positivo. “Eu diria que o recente ajuste no valor dos ativos teve um efeito pedagógico para o mercado, principalmente entre os novos entrantes. É bom para as pessoas entenderem que não se trata de um movimento em que todo mundo vai enriquecer da noite para o dia. É preciso ter paciência e saber apostar nas empresas que apresentam bons fundamentos, como acontece em qualquer outro setor”, explica.

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Outro indicador bastante eloquente de quebra dos antigos paradigmas é o espaço que a planta vem conquistando em eventos corporativos, principalmente naqueles voltados à tecnologia e à inovação. Em junho, o Festival Path, que se define como o “maior e mais diverso festival de inovação e criatividade do Brasil”, levou a seus palcos três palestras sobre o universo da cannabis. O LIDE Futuro, braço de inovação da plataforma empresarial LIDE, também realizou dois eventos bastante concorridos em São Paulo em que reuniu empreendedores, investidores, parlamentares, médicos, advogados, jornalistas e curiosos em geral.

No próximo dia 27 de novembro, a Casa Natura Musical, também em São Paulo, vai abrigar um dia inteiro de debates sobre a erva, na primeira edição do CannaBusiness Sumit, organizado pelo grupo Gouvêa de Souza, responsável, entre outros, pelo renomado Retail Show. É o mainstream dos negócios entrando de cabeça no mundo da cannabis. A propósito: vou mediar o painel “O potencial de investimento e o mercado da cannabis no Brasil”, com início previsto para as 16h. Já no final de semana de 30/11 e 1/12 será a vez do festival de criatividade Pixel Show abraçar o tema no painel “Cannabis: aumento da frequência criativa”, com a participação de Ale Perroud, fundador da Ultra420, uma das primeiras marcas brasileiras do novo mercado da erva. Militante da causa há anos, Perroud acredita que a sociedade amadureceu e está pronta para avançar na regulamentação. “Ter a cannabis na programação do Pixel Show, evento que sempre apresenta as principais tendências da sociedade, é um sinal de que a erva entrou em um caminho sem volta no Brasil”, conclui. Resta agora saber como será o 2020 por aqui e no resto do mundo.

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