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Uma visão politicamente incorreta da história, ciência e economia
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Por que a esquerda não consegue digerir Fernando Holiday

Militantes menos sofisticados da esquerda costumam achar que só eles defendem os pobres, os negros e os gays. Por isso não conseguem entender o mais jovem vereador de São Paulo

Por Leandro Narloch
Atualizado em 30 jul 2020, 21h38 - Publicado em 7 out 2016, 15h15

“Como pode um homem gay, negro e pobre ser de direita?”

A esquerda voltou a se debater com essa pergunta desde a vitória de Fernando Holiday na eleição em São Paulo. Aos 20 anos, o rapaz foi o 13º candidato mais votado a vereador.

Há respostas das mais variadas. “Ele encarnou um capitão do mato, é um negro contra os negros”, diz a explicação mais comum. Um daqueles sites patrocinados pelo governo Dilma solucionou a questão com uma sacada criativa: concluiu que o rapaz, na verdade, não é negro, pois “ser negro não é uma condição dada, a priori. É um vir a ser”. Pronto, um problema a menos, Fernando Holiday é branco!

A esquerda não consegue entender a existência de Holiday porque acredita ter o monopólio da defesa dos negros, pobres e “oprimidos” em geral. Se um negro luta contra a esquerda, então há algo de errado com ele. Ou não seria realmente negro ou teria algum problema psicológico, uma anomalia que o faria agir contra a própria identidade.  Oras, se a esquerda está do lado do povo, por que o povo estaria contra a esquerda?

Militantes mais embrutecidos acreditam também que para beneficiar os pobres é preciso prejudicar os ricos (com impostos sobre fortunas, por exemplo). Por isso um negro e pobre jamais se alinharia a partidos dos ricos. Mas Fernando Holiday, um liberal, é contra a ideia do conflito irreconciliável entre as classes. Acredita que a prosperidade beneficia tanto pobres quanto ricos, e que ideias econômicas de esquerda prejudicam todos, incluindo gays e negros.

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Há ainda um terceiro motivo. Assim como a direita mais tacanha, a esquerda menos sofisticada gosta de achar que seus adversários se resumem a estereótipos ridículos ou políticos radicais. A direita seria apenas a senhora racista da praia do Rio de Janeiro, o empresário engomado que se incomoda com pobres no aeroporto, o deputado-pastor contrário ao casamento gay.

É mais confortável, para militantes da esquerda, ignorar a existência de adversários com mais nuances. O rosto de Fernando Holiday, um gay, negro, defensor de privatizações e antipetista radical, não poderia ser mais indigesto.

@lnarloch

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