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Por Leandro Narloch
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Estudo derruba o mito de que as mulheres brasileiras ganham 30% menos que os homens

Por Leandro Narloch
Atualizado em 31 jul 2020, 01h25 - Publicado em 12 Maio 2015, 13h21

Por um motivo simples, sempre desconfiei da estatística da diferença salarial. Se as mulheres de fato ganhassem menos que os homens para realizar as mesmas tarefas, empresas que buscam o lucro só contratariam mulheres. Diante de dois candidatos com o mesmo potencial, o patrão, é claro, contrataria o mais barato. Mas o que ocorre é o contrário: os homens ainda são maioria dos empregados do Brasil.

Portanto ou os donos de empresas são tolos, e colocam o machismo acima do lucro, ou a estatística é furada.

Um novo estudo da Fundação de Economia e Estatística, do governo do Rio Grande do Sul, confirmou essa suspeita. Os economistas Guilherme Stein e Vanessa Sulzbach analisaram 100 mil salários e concluíram que as mulheres brasileiras ganham 20% menos que os homens – mas só 7% não podem ser explicados pela diferença de produtividade.

A pesquisa enfureceu feministas gaúchas, que escreveram artigos e textões no Facebook acusando os autores de machismo e pediram a demissão dos diretores da Fundação. Em resposta, dezenas de economistas assinaram um manifesto defendendo os pesquisadores. “Ficamos surpresos com uma reação tão forte a um estudo que já foi replicado tantas vezes”, me disse o economista Guilherme Stein.

A conclusão do estudo converge com os dados da economista Claudia Goldin, de Harvard, a grande especialista em diferença salarial. Para os Estados Unidos, Goldin encontrou uma porcentagem um pouco menor (5%) que não é explicada pela produtividade.

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De acordo com os pesquisadores, principalmente dois fatores puxam o salário das mulheres para cima, mas outros três o empurram para baixo (veja a tabela abaixo). As mulheres têm em média mais anos de estudo e começam a trabalhar mais tarde. No entanto, interrompem a carreira com mais frequência, têm uma jornada um pouco menor que a dos homens e tendem a se concentrar em ocupações que remuneram menos.

Dos 20% de diferença salarial, 13% são explicados por essas razões. Ou seja: se homens e mulheres trabalhassem as mesmas horas e tivessem o mesmo perfil, ainda assim as mulheres ganhariam 7% menos. Como explicar essa diferença? Pode ser preconceito e discriminação por parte dos patrões, ou algum outro fator ainda não revelado. O que se pode dizer é que o machismo dos empregadores diminui o salário das mulheres em no máximo 7%.

A pesquisa não contraria bandeiras feministas, pelo contrário. “Os dados sugerem que a diferença salarial diminuiria se os homens dividissem os afazeres domésticos com as mulheres”, diz Stein.

 

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