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Por Leandro Narloch
Uma visão politicamente incorreta da história, ciência e economia
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A cocaína da política econômica

O governo Dilma viciou o país em expansão monetária; agora não há alternativa senão cortar gastos e enfrentar uma crise de abstinência

Por Leandro Narloch
Atualizado em 30 jul 2020, 22h18 - Publicado em 11 jul 2016, 09h57

A crise atual do Brasil é uma crise de abstinência. O governo Dilma viciou o país num estimulante, a expansão monetária. Agora só resta a Michel Temer cortar o vício e penar algum tempo numa clínica de reabilitação das contas públicas.

A expansão monetária é a cocaína econômica. Não há metáfora melhor.

No começo, a maior quantidade de dinheiro em circulação acorda e revigora o país. Como alguém que acabou de cheirar uma carreira de cocaína no banheiro da festa, o país se anima e se sente poderoso.

O governo injeta dinheiro na economia gastando mais ou aumentando a oferta de crédito. Esse dinheiro se espalha pelos cidadãos e pelas empresas, que consomem mais e contratam mais trabalhadores. O consumo aumenta, o desemprego diminui. A festa vai até de manhã.

Mas a sensação de poder acaba logo. Para reavivá-la, o usuário precisa de doses cada vez mais altas do estimulante. Querendo evitar que a festa acabe e o país entre numa impopular recessão, o político não dá ouvidos a quem avisa que é hora de parar. E repete o erro de injetar mais e mais dinheiro na veia da economia.

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Uma hora o corpo não aguenta. O dinheiro emitido pelo governo gera um consumo maior do que o país é capaz de produzir. Ou, em economês, a “demanda ultrapassa o pleno emprego dos meios de produção”.

Com a demanda maior que a oferta, os preços sobem. Surge então o principal sintoma de um país viciado em expansão monetária: a inflação. Até os anos 1940, o termo “inflação” não significava “aumento de preços”, mas “economia inflada, com dinheiro demais em circulação”.

Outro sintoma da dependência é o rombo das contas públicas. Para manter o vício, o dependente é obrigado a vender a TV de casa, o aparelho de som e algumas estatais. Se o político no poder decidir continuar imprimindo dinheiro para pagar as contas, o vício sai do controle. O país se torna uma vítima triste e maltrapilha da hiperinflação.

Talvez tivéssemos esse destino se Dilma continuasse na presidência. Mas o governo mudou e, a muito custo, percebeu que era hora de parar. Não há outro caminho para se livrar do vício em expansão monetária senão cortar logo os gastos e a oferta de crédito.

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É nessa fase que estamos agora. No curto prazo, as medidas de austeridade doem como uma crise de abstinência. Mas são essenciais ao tratamento e à reabilitação do viciado.

@lnarloch

 

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