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Valentina de Botas: Entre ser tiranizada por uma ditadura de esquerda ou de direita (que mundo estreito!), prefiro a civilização

VALENTINA DE BOTAS Não importa a quantos e a quem uma tirania vitime num país, ela sempre avilta o conjunto dos cidadãos: tiranos se rebaixam enquanto rebaixam os tiranizados. Vivemos um tipo esquisitão de tirania no Brasil; de uma substância um tanto sutil se comparada à militar, o que duplica o desafio de combatê-la na […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 00h17 - Publicado em 18 out 2015, 21h38

VALENTINA DE BOTAS

Não importa a quantos e a quem uma tirania vitime num país, ela sempre avilta o conjunto dos cidadãos: tiranos se rebaixam enquanto rebaixam os tiranizados. Vivemos um tipo esquisitão de tirania no Brasil; de uma substância um tanto sutil se comparada à militar, o que duplica o desafio de combatê-la na necessidade de provar que é tirânica a jequice vigarista travestida de benfeitora. Porque não sabe que era livre para pensar isso e não aquilo; porque não conheceu ninguém que foi jogado ao mar, que morreu de apanhar, que foi torturado ou impedido de exercer a profissão, ou ameaçado, ou preso arbitrariamente, há quem diga que na ditadura militar éramos felizes e não sabíamos.

Meio chato falar isto num domingo à noite e tal, mas o real para ser real dispensa que saibamos dele; fomos, sim, uma nação sombria como todas sufocadas em ditaduras; e ignorar ou relevar o crime delas, para justificar quaisquer fins, autoriza fazer o mesmo com os crimes do lulopetismo. As pessoas submetidas aos primitivismos que citei não o foram por ter culpa, mas porque o Estado distribuidor de culpas sem (ou com) um processo era delinquente na medida em que aplicava a sentença primitiva à margem da legalidade.

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Ora, o Estado não existe para exterminar física, moral ou politicamente cidadãos suspeitos, mas para processá-los e julgá-los mesmo que por leis de exceção. Refiro-me ao Estado civilizado, pós-hobbesiano. Admitindo a hipótese de mais uma das tão somente nossas jabuticabas na forma de uma democracia militar, àqueles que acham que os militares podem ser a solução do nosso cotidiano já tornado uma sátira sinistra sob a tirania da falta de vergonha na cara, peço apenas um exemplo de uma nação decente em que eles resolveram alguma coisa no plano político-gestor passado recente.

Militares são competentes dentro de uma competência específica inadequada para gerir um país simples (porque desnecessária) ou complexo (porque ineficaz). Penso no ataque às Torres Gêmeas, momento de crise aguda no qual a ninguém ocorreu que os Estados Unidos deveriam instalar um militar no lugar de Bush. Penso também na Colômbia em que o civil Alvaro Uribe debelou corajosamente os terroristas das FARC, com apoio quase unânime da população.

Nos dois exemplos que exigiram também soluções políticas e militares, os homens de farda foram fundamentais naquilo que lhes era pertinente – nosso drama não pertine a eles pela razão bastante de não ser militar. Ah, mas eles são muito menos corruptos do que os lulopetistas; ora, quem não é? Ah, são patriotas; civis também são. Ah, mas os militares impediram que virássemos uma ditadura de esquerda. E daí? Entre ser tiranizada por uma ditadura de esquerda ou de direita (que mundo estreito!), prefiro a civilização. Ah, mas os militares são… militares. Ponto. Que sirvam à nação da forma – da única – que só eles podem fazer: em atribuições militares.

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