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Valentina de Botas: Dilma corre para um desvão da alma em permanente penumbra

Três anos depois, abriram a cela, a mulher saiu para nunca mais ser livre. Talvez porque impossível se libertar da ideologia que a levou para uma organização terrorista; talvez porque tão irrelevante currículo não passe mesmo de uma ficha policial; talvez porque ao trauma não tenha sido dada uma rota de cura; talvez por índole; […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 23h11 - Publicado em 24 mar 2016, 08h16

Três anos depois, abriram a cela, a mulher saiu para nunca mais ser livre. Talvez porque impossível se libertar da ideologia que a levou para uma organização terrorista; talvez porque tão irrelevante currículo não passe mesmo de uma ficha policial; talvez porque ao trauma não tenha sido dada uma rota de cura; talvez por índole; talvez por tudo isso, a mulher-que-foi-presa-e-torturada-pela-ditadura, quando acuada, corre para um desvão da alma em permanente penumbra tornada uma cela de onde, aos berros, anuncia que ninguém vai tirá-la de lá. Refere-se à presidência, mas fala de dentro de uma cela que insiste em fazer de argumento, resultando em banalização e ineficácia.

Poucas coisas são mais relevantes numa história de vida do que exercer a presidência da República e o mesmo poderia ser válido para Dilma se ela fosse uma presidente. Contudo, o exercício vil do cargo culminou, na tarde desta terça-feira, numa esculhambação institucional tão indecorosa que a passagem dessa farsante pelo Planalto não define uma gestão, mas uma instrumentalização criminosa do Estado e respectivos símbolos, valores, equipamentos, pessoal e recintos. Tudo para berrar ao país indignado que a mulher encarcerada não o libertará e que o juiz Sérgio Moro é a reencarnação curitibana de Hitler.

Se para a farsa mambembe, como as de uma Caravana Rolidei que espalha desgraça em contraste com a do filme, a presidente se reunisse à mesma malta na casa de um dos juristas analfabetos em lei ou de um dos professores obscuros, num fim de semana ou depois do expediente sempre ruinoso para a nação, tudo seria apenas a agonia do governo organizada segundo a moral dos presentes. No Palácio do Planalto, ela guiou tudo na avacalhação institucional custeada por nós para sermos acusados, aos berros, de golpistas e avisados de infâmias a respeito do admirável juiz Sérgio Moro, cuja presença se estabelecia no nome silenciado.

Um professor – Santo Deus! – da UnB disparou que a corrupção num país de tantas desigualdades não é o maior problema, como se ela não as agravasse. O pânico denunciado no embuste covarde se explicava também porque, no Brasil real, a Polícia Federal deflagrava a 26ª fase da Lava Jato, a Xepa, revelando um departamento exclusivo na Odebrecht para cuidar da propina aos comparsas lulopetistas. As ameaças do ministro-irmão-camarada Aragão, as chicanas da AGU na figura ridícula do porquinho Cardozo para defender o ministério para o lorde cigano jeca dessa caravana rolidei troncha que não passará e a pajelança obscura no Planalto pela abolição da legalidade nos berros de uma farsante acuada prolongam a morte dessa realidade.

Que Dilma não renuncie à presidência, aos crimes e ao próprio cárcere voluntário, o fato é que, sem querer e em 14 anos desse regime torpe, faz o único bem, ainda que a um custo que só adivinhamos, ao Brasil que já lhe disse bye bye, pois o prolongamento disso servirá para tatuar fundo na volátil memória do país que saberá ser livre a lição dura e preciosa: esses carcereiros, nunca mais.

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