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Valentina de Botas: Depois de Sharon e Ledezma, o que mais precisa acontecer?

VALENTINA DE BOTAS Sharon estava angustiada com as ameaças do namorado e com a violência dele contra a própria mãe. No começo, o pai estranhou: “Minha filha, você é pobre, mas é estudada, bonita, trabalhadora, não merece isso; ele bate na mãe e o irmão ficou preso seis anos por assassinato”. “Ah, pai, ele não […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 02h02 - Publicado em 26 fev 2015, 12h44

VALENTINA DE BOTAS

Sharon estava angustiada com as ameaças do namorado e com a violência dele contra a própria mãe. No começo, o pai estranhou: “Minha filha, você é pobre, mas é estudada, bonita, trabalhadora, não merece isso; ele bate na mãe e o irmão ficou preso seis anos por assassinato”. “Ah, pai, ele não é o irmão e prometeu que vai mudar”. Na quinta-feira passada, foi esse irmão quem segurou Sharon para o ex-namorado ensinar a ela com golpes de faca que “vagabunda nenhuma faz isso” com ele. “Isso”: terminar o namoro, a atitude de Sharon quatro dias antes.

Andrés Pastrana indaga o que mais precisa acontecer, depois do sequestro de Antonio Ledezma, para que os presidentes latino-americanos denunciem a violação dos direitos humanos na Venezuela. O Itamaraty, aviltado sob o lulopetismo, incorreu naquela nota pusilânime. Analistas debatem se o repugnante Maduro se fortaleceu ao modo bolivariano de existir – violando direitos, roubando e mentindo – para as eleições próximas ou se traiu seu enfraquecimento. Incontestável é que os bolivarianos, degenerescência das esquerdas perfeitamente idiotas latino-americanas que morrem atirando, não têm projeto para os países onde florescem senão a preservação do poder.

Segundo o Mapa da Violência, seis mulheres são assassinadas diariamente no Brasil pelos atuais ou ex-companheiros, uma a cada quatro horas. Eles podem ser um Pimenta Neves (maduro, estável financeiramente, formação superior) ou igual aos assassinos de Sharon (jovens, desocupados, ensino médio incompleto). Em comum, a convicção de que aquelas mulheres eram uma coisa deles que só faziam jus à vida enquanto coisa deles fossem. O perfil das vítimas também é variado; em comum, o gênero tornado em pena capital.

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Criada em 2006, a Lei Maria da Penha arrefeceu pouco a violência contra a mulher, e não pelo texto legal em si, mas pela campanha de divulgação. E então, em 2008, o feminicídio retomou a curva ascendente sustentada até hoje. Criminosos não ligam para leis num país em que menos de 10% dos homicidas são julgados e ficam presos menos de dez anos. Ademais, logo a Secretaria Especial das Mulheres ocupou-se de propaganda de lingerie, o Ministério da Justiça adotou um terrorista e a Secretaria de Direitos Humanos não desperdiça direitos em humanos que ignoram matizes ideológicos do regime ou estão do lado oposto.

A primeira mulher-mãe-avó-presidenta, na exiguidade neuronal e moral dela, não tem plano algum para o feminicídio nem para os 63 mil assassinatos anuais, a matança silenciosa no país em que uma súcia indiferente ao cotidiano real da população não move um mísero mensalão, um porto de Mariel, uma campanha joãosantana para estancar o esvaziamento dramático do direito básico de os brasileiros não morrermos enquanto tentamos sobreviver. Em 12 anos, mais de 600 mil assassinatos e até 2018 outros 252 mil acontecerão se nada for feito e nada será feito porque a corja não pensa o país.

Violências que se juntam e se misturam na mesma depravação na qual a vida e os direitos humanos deixaram de ter valor para ter lado. Maduro prende opositores e, antes de autorizar o Exército a abater manifestantes, já matara 45 pessoas; jeca e Dilma o enaltecem; e Sharon foi assassinada. O que mais tem de acontecer para os sobreviventes acusarmos nos liberticidas os homicidas que são? Um beijo, Sharon, sua partida é uma tristeza sem fim. Sharon era minha jovem assistente.

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