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Valentina de Botas: ‘Vende frango-se’ ou de como o livro do Celso Arnaldo celebra o melhor do Brasil

VALENTINA DE BOTAS Quando o cérebro do Homo sapiens alcançou de 2% a 3% do peso corporal e passou a consumir 25% da energia do corpo em repouso, enquanto o órgão nos outros primatas exigia apenas 8%, nosso ancestral assumiu a postura ereta. Um dos custos anatômicos desse fato determinante na evolução humana foi o […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 23h52 - Publicado em 12 dez 2015, 11h00

VALENTINA DE BOTAS

Quando o cérebro do Homo sapiens alcançou de 2% a 3% do peso corporal e passou a consumir 25% da energia do corpo em repouso, enquanto o órgão nos outros primatas exigia apenas 8%, nosso ancestral assumiu a postura ereta. Um dos custos anatômicos desse fato determinante na evolução humana foi o estreitamento do canal do parto nas fêmeas, justamente no momento evolutivo em que a circunferência craniana dos bebês aumentava. A natureza solucionou isso encurtando a gestação humana. Assim, vimos ao mundo num estado precoce de ontogênese, para um período de inércia, segundo G.B.Campbell, de 2 a 3 anos de duração.

Tal vulnerabilidade da cria humana inscreveu nos nossos genes o gregarismo que, além de culminar nos almoços de domingo com a parentada – o que eu adoro –, impediu a nossa extinção. Esse atavismo ensejou a fala, uma das dimensões da linguagem; e quem fala, fala uma língua: por exemplo, o dilmês da governante rasteira; e o português, que Celso Arnaldo engrandece e do qual o vendedor de frangos numa birosca no litoral norte de São Paulo faz uso honesto e eficaz. “Vende frango-se” é a hipótese que um falante semiletrado elabora do idioma e pela qual desempenha a parte que lhe cabe no clássico pacto da comunicação de Jürgen Habermas, realizando dois de seus princípios: 1 – enquanto o ouvinte se dispõe a entender, o falante se empenha em se fazer entender; 2 – o falante é sincero.

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Ora, o erro e a graça involuntários não comprometeram a compreensão nem enganaram ninguém: ali, de fato, vendiam-se frangos. O dilmês desmantela esse arranjo civilizador. Enquanto Celso Arnaldo vencia a impenetrabilidade dos pensamentozinhos moles da presidente traduzindo a agonia deles nas palavras dela, alertava para o fato de os erros gramaticais e a sintaxe desconexa denunciarem a incompetência infalível da figura bisonha, em vez de a camuflarem no pretenso tecnicismo do idioleto caricato.

Nem todos ouviram e deu no que está chegando às livrarias: as análises sofisticadas e de clareza límpida distribuídas em deliciosas 207 páginas desvelando o núcleo do perturbador caráter intelecto-político-moral da presidente tão xexelenta. Longe de ser linguística apenas, esta é uma questão de como o respeito e a honestidade são sonegados ao país pela mulherzinha autoritária, isolada no idioleto apalermado, sem saber onde fica o Brasil que ela e a escória que integra devastaram e sem entender a língua dos estranhos habitantes que tocam a vida decentemente se virando como podem.

“Dilmês, o idioma da mulher sapiens” nasceu em berço de ouro, nesta coluna de um jornalista ícone do Brasil que presta e na qual os indignados buscamos os vestígios do país que resistiram à moldura miserável de uma era grotesca. O livro integra essa resistência dos brasileiros de bem que tentam deixar para trás a paisagem primitiva habitada pela súcia da falante do idioleto bisonho. Só conseguirão se exigirem o fato determinante para a evolução do país – a extinção política da mulher sapiens e seu bando.

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