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Suzane será libertada antes que a sala do pai assassinado

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Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 17h37 - Publicado em 19 Maio 2009, 19h36

Na noite de 31 de outubro de 2002, Manfred e Marisia Von Richthofen foram liquidados a pauladas no quarto onde dormiam. Em 2 de novembro,  a polícia informou que o crime fora planejado pela filha do casal, Suzane, 19 anos, estudante de Direito. A execução do engenheiro de 49 anos e da psiquiatra de 50 ficou por conta dos irmãos Cravinhos: Daniel, 21, namorado de Suzane, e Cristian, 20, ambos sem emprego fixo.

A mandante abriu a porta da casa para os carrascos, subiu a escada sem ruídos, confirmou que os alvos já não estavam acordados, desceu até a sala, esperou que a dupla completasse o serviço, deixou Cristian no endereço da família e foi com Daniel para um motel. Tentou parecer comovida no enterro. Não conseguiu.

Horas antes do esclarecimento do episódio, policiais civis apareceram no prédio n° 126 da Rua Iaiá, no bairro do Itaim. Ali fica a sede da Dersa, estatal que administra a malha rodoviária paulista. Queriam examinar a sala ocupada por Manfred, diretor de engenharia da empresa. Entraram sem contar à chefia da Dersa o que procuravam.  Saíram sem contar se encontraram algo. Lacraram a porta com um cadeado e sumiram com a chave.

Em 2006, quando Suzane foi condenada a 39 anos e seis meses de prisão, os objetos pessoais, maletas, pastas, computador, documentos, canetas  ─ todos os instrumentos de trabalho usado por Manfred, e o que mais houvesse ─  continuavam presos na sala. Só no fim de 2008, atendendo a apelos da administração do prédio, a polícia reapareceu para resolver o impasse: como os andares ocupados pela Dersa seriam reformados, o que fazer com o espaço interditado? O material deve ser transferido para outra cela sem grades, decidiram os sherloques. Sempre sem explicações, fizeram a mudança, fecharam com cadeado a porta da nova sala, sumiram com a chave e não voltaram mais.

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Neste 13 de maio, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que Suzane tem direito a mais 334 “dias remidos”. Em lingua de gente, significa que a pena foi reduzida em quase um ano. Fora o resto. Somados todos os benefícios a que têm direito os bandidos do Brasil, até colecionadores de crimes hediondos, descobriu-se que falta muito pouco para a libertação de uma sociopata de carteirinha. Suzane está prestes a cumprir um sexto da pena. Alcançada a marca miraculosa, terá direito ao regime semiaberto. É o outro nome da impunidade.

A criminosa será libertada pela Justiça antes que os pertences da vítima sejam liberados pela polícia. A direção da Dersa talvez devesse providenciar um pedido de habeas corpus para a sala. Ociosa desde 2002, pode acabar enquadrada por vadiagem.

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